sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Ricardo Noblat: Deixe o general falar!

- Blog do Noblat

Um vírus chamado Mourão

Uma infecção adiou a alta hospitalar do deputado Jair Bolsonaro (PSL) prevista para hoje. Ele embarcaria para o Rio de Janeiro em grande estilo – aos cuidados da Polícia Federal, na companhia de pelo menos 12 pessoas, e em avião de carreira. Seria aclamado à partida e à chegada. Glória a Deus!

Segundo o boletim médico, é normal que a retirada de um cateter provoque leve infecção a ser superada em questão de dias. O que ele talvez não supere até o fim da eleição e mesmo depois dela será o efeito corrosivo da infecção que atende pelo nome de Mourão. Ela é muito mais perigosa.

Quando o general da reserva, seu vice, fala alguma coisa – qualquer coisa -, é certeza de encrenca, e das brabas. Mourão não entende de nada – nem de economia, mas isso Bolsonaro também não entende, nem de política, e isso Bolsonaro razoavelmente entende.

O enfermo do Hospital Albert Einstein foi obrigado a postar uma nota nas redes sociais desautorizando Mourão pelo o que ele havia dito em palestra para empresários gaúchos. Mourão investiu contra o pagamento do 13º salário e de férias remuneradas, “jabuticabas brasileiras”, segundo ele. Coisa somente nossa.

Os adversários de Bolsonaro agradeceram a Mourão pela ajuda. A cizânia instalada em uma campanha sem comando alastrou-se como um vírus. O general inimigo dos trabalhadores brilhou à noite nos programas de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Bolsonaro arrisca-se a ir para o segundo turno em segundo lugar.

O Dia D de Alckmin
O destino de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à presidência da República, deverá ser selado logo mais à noite com a divulgação dos resultados da mais recente pesquisa de intenção de voto do Datafolha, aplicada ontem e hoje.

Ou ele sobre três ou mais pontinhos, para além da margem de erro da pesquisa, ou dará adeus à eleição – a segunda que terá perdido para presidente (a primeira foi em 2006 contra Lula). O desastre encontrará muitas explicações.

Uma, porém, favorável ao candidato: a traição do seu próprio partido. Em 2006, o PSDB abandonou Alckmin antes mesmo de ele ser derrotado. Repetiu a dose agora. Tucano emplumado não vota em tucano. Quer mais é arrancar-lhe as penas.

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