DEU NO VALOR ECONÔMICO
De Brasília - Na votação nominal do texto-base do projeto que cria o Fundo Social pela Câmara dos Deputados, na noite de terça-feira, o placar registrou apenas um voto contra: o do deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). Os outros 330 deputados votaram a favor - inclusive os colegas dele da oposição. "Estamos vivendo uma situação kafkiana. Estamos discutindo o fundo de um recurso que nem existe e, quando existir, nem sabemos qual será o montante", disse.
Ontem, na votação nominal de uma emenda do PSB ao projeto do fundo, destinando parte dos recursos do Fundo Social para a previdência social, lá estava Madeira novamente, como único voto contra entre os 357 votantes.
Em seu quarto mandato na Câmara e pré-candidato à reeleição na eleição de outubro, o tucano tem sido o maior crítico das votações de propostas com apelo popular, neste período eleitoral - especialmente as que aumentam o gasto público, como reajuste salarial e criação de cargos.
"Eu estou preocupado com esse conjunto de projetos e iniciativas em ano eleitoral que venham a redundar em gasto público. Não vejo aqui ninguém preocupado em saber como é que vamos pagar, de onde vem o dinheiro e como é que vamos controlar o gasto público para poder, por exemplo, melhorar a situação de câmbio", afirmou.
A discussão "mais surrealista", para ele, foi a de ontem, em torno da emenda do deputado Márcio França (PSB-SP), destinada a compensar perdas de aposentadoria 5% dos recursos do Fundo Social aplicados no combate à pobreza. "É um negócio sem pé nem cabeça. Eu não queria acreditar no que estava vendo", relatou.
Durante a votação, Madeira aproximou-se do deputado Antonio Palocci (PT-SP), relator do projeto do fundo, e disse: "A demagogia do governo de criar um fundo no ano eleitoral levou à demagogia da base do governo e da oposição de querer dar dinheiro para os aposentados."
Ao votar contra o fundo, o tucano assumiu posição diferente da bancada, que estava liberada para a votação. "Está todo mundo a favor no PSDB, porque há medo de que isso possa ser usado contra o partido na campanha. Não posso criticar o PSDB nesse caso, porque se criou um clima no plenário, que todo mundo é a favor eleitoralmente."
Na opinião de Madeira, "há um clima de gastança" hoje no país. Cuidadoso com a análise da posição do PSDB, avalia que falta uma sinalização clara do comando partidário na orientação das votações. "Acho que falta ao PSDB, nessas matérias, a coragem de assumir alguns conceitos. Não tem uma direção que dita o caminho. É a bancada que define como vai votar. E a bancada é formada por deputados preocupados com seu eleitorado."
Para o deputado, há um problema de "gestão de partido", para estabelecer claramente posições em relação a projetos que aumentem os gastos públicos, por exemplo. Madeira disse que entre ser reeleito deputado à custa de trair suas posições e perder a eleição, prefere "ficar coerente" a suas ideias.
O deputado citou, entre propostas que estão na pauta de votações e o preocupam, algumas Propostas de Emenda Constitucional: a que equipara o piso salarial dos policiais militares dos outros Estados com os do Distrito Federal, a que garante titularidade a donos de cartórios e a que transforma a carreira de delegado em carreira jurídica.
"Estamos tratando aqui da análise de projetos que envolvem o futuro da sociedade brasileira.
De Brasília - Na votação nominal do texto-base do projeto que cria o Fundo Social pela Câmara dos Deputados, na noite de terça-feira, o placar registrou apenas um voto contra: o do deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP). Os outros 330 deputados votaram a favor - inclusive os colegas dele da oposição. "Estamos vivendo uma situação kafkiana. Estamos discutindo o fundo de um recurso que nem existe e, quando existir, nem sabemos qual será o montante", disse.
Ontem, na votação nominal de uma emenda do PSB ao projeto do fundo, destinando parte dos recursos do Fundo Social para a previdência social, lá estava Madeira novamente, como único voto contra entre os 357 votantes.
Em seu quarto mandato na Câmara e pré-candidato à reeleição na eleição de outubro, o tucano tem sido o maior crítico das votações de propostas com apelo popular, neste período eleitoral - especialmente as que aumentam o gasto público, como reajuste salarial e criação de cargos.
"Eu estou preocupado com esse conjunto de projetos e iniciativas em ano eleitoral que venham a redundar em gasto público. Não vejo aqui ninguém preocupado em saber como é que vamos pagar, de onde vem o dinheiro e como é que vamos controlar o gasto público para poder, por exemplo, melhorar a situação de câmbio", afirmou.
A discussão "mais surrealista", para ele, foi a de ontem, em torno da emenda do deputado Márcio França (PSB-SP), destinada a compensar perdas de aposentadoria 5% dos recursos do Fundo Social aplicados no combate à pobreza. "É um negócio sem pé nem cabeça. Eu não queria acreditar no que estava vendo", relatou.
Durante a votação, Madeira aproximou-se do deputado Antonio Palocci (PT-SP), relator do projeto do fundo, e disse: "A demagogia do governo de criar um fundo no ano eleitoral levou à demagogia da base do governo e da oposição de querer dar dinheiro para os aposentados."
Ao votar contra o fundo, o tucano assumiu posição diferente da bancada, que estava liberada para a votação. "Está todo mundo a favor no PSDB, porque há medo de que isso possa ser usado contra o partido na campanha. Não posso criticar o PSDB nesse caso, porque se criou um clima no plenário, que todo mundo é a favor eleitoralmente."
Na opinião de Madeira, "há um clima de gastança" hoje no país. Cuidadoso com a análise da posição do PSDB, avalia que falta uma sinalização clara do comando partidário na orientação das votações. "Acho que falta ao PSDB, nessas matérias, a coragem de assumir alguns conceitos. Não tem uma direção que dita o caminho. É a bancada que define como vai votar. E a bancada é formada por deputados preocupados com seu eleitorado."
Para o deputado, há um problema de "gestão de partido", para estabelecer claramente posições em relação a projetos que aumentem os gastos públicos, por exemplo. Madeira disse que entre ser reeleito deputado à custa de trair suas posições e perder a eleição, prefere "ficar coerente" a suas ideias.
O deputado citou, entre propostas que estão na pauta de votações e o preocupam, algumas Propostas de Emenda Constitucional: a que equipara o piso salarial dos policiais militares dos outros Estados com os do Distrito Federal, a que garante titularidade a donos de cartórios e a que transforma a carreira de delegado em carreira jurídica.
"Estamos tratando aqui da análise de projetos que envolvem o futuro da sociedade brasileira.
Essa coisa de criar gasto e determinar aumentos de salários é muito fácil e bonita. Mas quem vai arcar no futuro são os futuros contribuintes. Estamos inviabilizando reduzir imposto, carga tributária. Essa é uma contadição que está claríssima aqui", afirma Madeira. (R.U.)
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