DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Eleitor fará plebiscito sobre intervenção maior ou menor na economia, avalia jornal britânico
Daniela Milanese, Correspondente, Londres
O tamanho do Estado deve dominar as discussões da corrida presidencial no Brasil, avalia o Financial Times. O jornal britânico lembra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou a estratégia de transformar a votação de outubro em um plebiscito sobre seus oito anos no poder. No entanto, para o FT, o processo ganha a forma de um plebiscito diferente: se o governo deve ter um papel maior ou menor na economia. A publicação lembra que o fortalecimento do Estado é defendido tanto por Lula como pela pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. A estratégia é criar grandes empresas de energia e telecomunicações, revertendo a política adotada nos anos 1990.
Em entrevista ao FT, o economista-chefe do Goldman Sachs e criador do acrônimo Bric - iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China -, Jim O"Neill, diz não ver problemas em algumas políticas mais à esquerda do governo. Ele acredita que o fortalecimento de estatais poderia assegurar investimentos em infraestrutura.
No entanto, O"Neill avalia que o aumento generalizado do tamanho da máquina pública não iria funcionar. "Um Estado maior sufocaria o setor privado. Se você quer taxas de juros mais baixas, você precisa reduzir o tamanho do Estado", afirmou em entrevista ao jornal.
O jornal lembra que Lula manteve os pilares da política econômica do tucano Fernando Henrique Cardoso e, agora, muitos investidores sentem que essa política está tão fortificada que "pouco importa quem ganhar em outubro". Para O"Neill, essa avaliação é um erro. "Me preocupa que as pessoas pensem que a eleição não importa."
Conforme o Financial Times, o provável candidato do PSDB, José Serra, deve defender um Estado menor e mais eficiente. Líder nas pesquisas, ele ainda não declarou sua candidatura, o que frustrou membros de seu partido, diz o jornal. "Até a oposição se mostrar, ela (Dilma) terá de debater sozinha sobre o papel do Estado."
DECLARAÇÕES
No Congresso do PT realizado no último sábado, que aclamou Dilma como pré-candidata à Presidência pelo partido, Lula previu em discurso qual será a reação à campanha petista e ao posicionamento do programa de governo com relação ao tamanho do Estado na economia. "Vão dizer que a Dilma vai ser estatizante. Se prepare", afirmou na ocasião, olhando para a ministra.
Eleitor fará plebiscito sobre intervenção maior ou menor na economia, avalia jornal britânico
Daniela Milanese, Correspondente, Londres
O tamanho do Estado deve dominar as discussões da corrida presidencial no Brasil, avalia o Financial Times. O jornal britânico lembra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou a estratégia de transformar a votação de outubro em um plebiscito sobre seus oito anos no poder. No entanto, para o FT, o processo ganha a forma de um plebiscito diferente: se o governo deve ter um papel maior ou menor na economia. A publicação lembra que o fortalecimento do Estado é defendido tanto por Lula como pela pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. A estratégia é criar grandes empresas de energia e telecomunicações, revertendo a política adotada nos anos 1990.
Em entrevista ao FT, o economista-chefe do Goldman Sachs e criador do acrônimo Bric - iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China -, Jim O"Neill, diz não ver problemas em algumas políticas mais à esquerda do governo. Ele acredita que o fortalecimento de estatais poderia assegurar investimentos em infraestrutura.
No entanto, O"Neill avalia que o aumento generalizado do tamanho da máquina pública não iria funcionar. "Um Estado maior sufocaria o setor privado. Se você quer taxas de juros mais baixas, você precisa reduzir o tamanho do Estado", afirmou em entrevista ao jornal.
O jornal lembra que Lula manteve os pilares da política econômica do tucano Fernando Henrique Cardoso e, agora, muitos investidores sentem que essa política está tão fortificada que "pouco importa quem ganhar em outubro". Para O"Neill, essa avaliação é um erro. "Me preocupa que as pessoas pensem que a eleição não importa."
Conforme o Financial Times, o provável candidato do PSDB, José Serra, deve defender um Estado menor e mais eficiente. Líder nas pesquisas, ele ainda não declarou sua candidatura, o que frustrou membros de seu partido, diz o jornal. "Até a oposição se mostrar, ela (Dilma) terá de debater sozinha sobre o papel do Estado."
DECLARAÇÕES
No Congresso do PT realizado no último sábado, que aclamou Dilma como pré-candidata à Presidência pelo partido, Lula previu em discurso qual será a reação à campanha petista e ao posicionamento do programa de governo com relação ao tamanho do Estado na economia. "Vão dizer que a Dilma vai ser estatizante. Se prepare", afirmou na ocasião, olhando para a ministra.
"Isso não é ruim, não. Isso é bom." Em seguida, o presidente complementou. "Claro que você não vai querer estatizar borracharia, bar, pizzaria, cervejaria. Mas aquilo que for estratégico, não estiver funcionando e precisar colocar para funcionar."
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