quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Eduardo, Aécio e a sucessão

Encontro entre o governador pernambucano e o senador mineiro - dois presidenciáveis contra Dilma - é articulado para hoje

Carolina Albuquerque

Depois da troca de sinais, em público, entre o governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é a vez de se encontrar com a ala tucana. Um jantar está sendo preparando na casa do líder socialista, hoje, para receber o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG), também presidente nacional do partido - um encontro de presidenciável com presidenciável. A reunião política entre os dois, que nutrem uma forte amizade, foi articulada pessoalmente pelo deputado federal Sérgio Guerra, presidente estadual do PSDB.

A vinda de Aécio ao Recife vinha sendo ventilada desde junho. Na época, chegou a ser confirmada, mas com as manifestações de rua daquele mês foi adiada. A nova tentativa de articular o encontro foi confirmada ontem por Guerra, que estava em São Paulo e anunciou a notícia pelo seu twitter. O deputado federal deve chegar hoje, no final da tarde, no Recife, acompanhado do presidenciável tucano.

"Em São Paulo. E a confirmação de que o PSDB está mais unido que nunca. Amanhã chego ao Estado para um jantar com Aécio e Eduardo", anunciou Guerra, na rede social. Ainda que o jantar transcorra num clima informal, na residência do governador, as conversar devem enveredar para a conjuntura política. Embora possíveis adversários na eleição presidencial de 2014, os dois têm trocado vários sinais de afinidade. Ainda no ano passado, uniram os discursos na defesa de um novo pacto federativo no País. Em bases distintas no plano federal, dividiram o palanque em importantes cidades na eleição municipal de 2012, como Belo Horizonte e Campinas, onde a aliança derrotou candidatos apoiados por Lula e pela presidente Dilma Rousseff (PT). A mais recente sintonia foi a defesa do diplomata Eduardo Saboia, no episódio da vinda do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil.

De olho em 2014, os dois partidos também se movimentam nos planos estaduais em busca de palanques para sustentar a candidatura presidencial. Em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, onde o PSB não tem nomes fortes para lançar ao governo do Estado, a possibilidade de caminharem juntos é bastante plausível.

A chegada de Aécio a Pernambuco ainda não marca o início de um calendário de viagens pelo Nordeste. Para Guerra, o presidente nacional do PSDB precisa chegar mais perto da realidade da região, porém, essa agenda ainda está sendo fechada para breve e muito indica que o pontapé das andanças partirá de uma visita a Alagoas.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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