Se levarmos em conta o que se lê nas redes sociais nos últimos dias, o Sete de Setembro promete. A expectativa de manifestações por todo o país parece chegar ao ponto do que aconteceu em junho, quando 30 mil tomaram o gramado em frente ao Congresso Nacional. O que acendeu os internautas foi a manutenção do mandato de Natan Donadon. Há muitos parlamentares atônitos diante da “absolvição”, buscando alternativas que possam reduzir a revolta da população, que não consegue entender como o plenário permitiu que Donadon mantivesse o status de deputado. E é aí que mora o perigo de alguém querer se aproveitar disso para agir em causa própria.
Nessa primeira semana pós-votação do caso Donadon, será possível avaliar o que virá. Pelas conversas das excelências, o episódio ajudará a retomar a reforma política. Resta saber que tipo de reforma. Uma das sugestões é reduzir o tempo de campanha. Vale lembrar que as campanhas no Brasil já foram mais longas do que as que temos hoje na tevê. A redução ocorreu quando os grandes partidos ficaram com medo de perder espaço para Lula. Houve época em que se chegou ao ponto de proibir imagens externas para que Lula não pudesse exibir suas caravanas na telinha.
Agora, com o PT tão diferente dos tempos em que seus maiores líderes percorriam o país trajando jeans e paletós surrados, vem do maior parceiro, o PMDB, a ideia de reduzir o período oficial das campanhas. E quem reclama dessa iniciativa são aqueles que estão interessados em apear os petistas do poder, o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, pré-candidatos a presidente da República menos conhecidos do público em geral.
Aliás, o PMDB, nesse aspecto especifico, está muito parecido com o antigo PFL. Nos tempos das vacas gordas dos tucanos, eram os pefelistas — os principais parceiros de governo — que apresentavam as propostas de reforma política. Embora travestidas de moralidade, muitas iniciativas queriam mesmo era evitar a possibilidade de renovação. Nesse sentido, o melhor que os manifestantes podem fazer, em vez de quebrar tudo, é estudar o tema e não permitir nada que tenha por objetivo apenas preservar o status quo.
Afinal, depois de Donadon, está mais do que provado que, ali, no plenário, o instinto de sobrevivência e do “eu sou você amanhã” fala mais alto.
Por falar em sobrevivência...
Dois personagens merecem atenção redobrada nos próximos dias: a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o ex-governador de São Paulo José Serra. Marina não fala em buscar nova legenda, mas seus aliados se movimentam por ela em conversas com o PEN e também com o PV, onde as chances de sucesso são remotas.
José Serra também não está parado. E as maiores apostas hoje são as de que ele deixará o PSDB. Serra, como todos os políticos ditos “de ponta”, não consegue ficar fora do cenário. E, dentro do PSDB, no momento, ele está fora da foto principal e ninguém parece se mexer para incluí-lo nesse retrato. O máximo que se ouve de sugestão é que ele deveria ser candidato a deputado federal, puxar uma grande bancada e jogar para dentro do partido. Ou, quem sabe, buscar concorrer ao Senado. Serra acha que merece mais. Por isso, começou a preparar as malas.
Enquanto isso, no Planalto...
Em termos eleitorais, a presidente Dilma Rousseff não tira os olhos de Minas Gerais. Lançou o PAC das cidades históricas, passeou na praça em Belo Horizonte, conforme divulgado com exclusividade pelo Correio Braziliense e Estado de Minas. De quebra, ainda irá se reunir com prefeitos de municípios mineiros. Tudo para tentar tirar combustível da largada de Aécio Neves. Estão todos lutando pela sobrevivência.
Fonte: Correio Braziliense
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