• No ano, IBC-Br acumulado é de 0,7%
Gabriela Valente – O Globo
BRASÍLIA - A economia brasileira encolheu 0,18% em maio, nos cálculos do Banco Central, mesmo com a recuperação do comércio — que voltou a crescer naquele mês. O resultado ficou acima das expectativas dos analistas do mercado financeiro para o IBC-Br (índice que mede a atividade no Brasil), que projetavam queda de cerca de 0,3% no mês por causa do desempenho da indústria. O índice foi divulgado nesta quinta-feira pelo BC. Em 12 meses, a variação acumulada é de 1,95% e, no ano, de 0,70%.
O “PIB (Produto Interno Bruto) do BC” poderia ser pior ainda se não fossem as vendas impulsionadas pela Copa do Mundo. A venda de televisores é um exemplo de como o comércio foi afetado pelo mundial.
Esse índice foi criado pelo BC para balizar a condução da política de juros para controlar a inflação. Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do BC, o Copom, decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano, em decisão já esperada por analistas.
Isso porque, apesar de o IPCA ter estourado o teto da meta do governo em junho, ao atingir 6,52%, o BC acredita que não adianta apertar ainda mais a política de juros para conter a inflação e sacrificar o crescimento do país.
Em análise enviada a clientes, Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, diz que a queda apontada pelo IBC-Br em maio é compatível com desaceleração da economia no segundo trimestre:
"Levando em conta a queda do indicador na comparação interanual e considerando-se outros indicadores coincidentes referentes a junho, continuamos acreditando que o PIB do segundo trimestre apresentará desaceleração ante o período anterior", afirma o economista.
O IBC-Br não pode ser considerado uma simples “prévia do PIB”. O dado oficial, divulgado pelo IBGE, é muito mais complexo. O índice do Banco Central é o que os economistas chamam de proxy, ou seja, uma aproximação. Ele incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.
Pesquisa feita semanalmente com analistas pelo próprio BC mostra que a perspectiva para o crescimento do PIB em 2014 está em 1,05% neste ano. Para o IPCA, a projeção é de 6,48%. A meta do governo é de 4,5% com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. A perspectiva para a produção industrial no país é de contração de 0,90% este ano.
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