• Vamos rever regras com governo cubano, diz Aécio sobre Mais Médicos
• Em sabatina realizada na capital paulista, candidato do PSDB à Presidência afirmou que se for eleito vai mudar programa
Elizabeth Lopes e Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, admitiu nesta quarta-feira, 16, pela primeira vez, desde que começou sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto, que pretende rever o acordo que o Brasil fez com Cuba no Programa Mais Médicos. Em sabatina promovida pelo jornal "Folha de S. Paulo" na capital paulista, ele criticou a gestão do PT, principalmente a da adversária neste pleito, Dilma Rousseff, dizendo que o governo brasileiro financia o governo cubano através do Mais Médicos. "Vamos financiar os médicos cubanos e não o governo cubano."
Apesar do argumento, reconheceu a importância do Programa Mais Médicos, ressalvando que, além do problema dos salários dos médicos cubanos, é preciso avançar mais no setor da saúde. Durante a sabatina, ele foi aplaudido pela plateia em vários momentos, entre eles quando disse que é preciso rever o acordo feito com Cuba. Questionado se o governo cubano toparia rever o acordo, afirmou que é Cuba que deveria se enquadrar às regras impostas pelo Brasil.
Ele classificou de "absurdo" os médicos cubanos receberem cerca de 20% do que o governo brasileiro repassa para o governo cubano. "Os médicos estrangeiros são bem-vindos em nosso País, mas é preciso que os médicos cubanos recebam a mesma remuneração dos outros profissionais", disse, evitando responder como arcaria com os possíveis gastos extras com essa medida.
Campos. Aécio foi indagado sobre a declaração do candidato do PSB, Eduardo Campos, nesta terça-feira, 15, também na sabatina da Folha. Campos disse que os tucanos estão nesta campanha com a ala conservadora do País, numa referência ao apoio do PMDB, e que Aécio, portanto, representa a 'mudança conservadora'. O candidato do PSDB disse que não iria brigar com o socialista. "Eu não vou brigar com o Eduardo", dizendo que eles são amigos há muito tempo, muito antes desta campanha eleitoral.
Aécio citou que chegou a receber a equipe de governo de Campos, quando estava no comando de Minas Gerais, para a troca de experiências. O tucano disse que ele é um candidato competitivo e que vem fazendo a campanha de forma adequada, mas, rebateu os conceitos de direita e esquerda, alegando que hoje eles são muito abstratos. Aécio aproveitou ainda para devolver a crítica de Campos, dizendo que ele acha o PSDB conservador, mas apoia os dois principais governadores do partido (em São Paulo o PSB de Campos integra a chapa do tucano Geraldo Alckmin como vice e no Paraná apoia o tucano Beto Richa).
"Vamos pegar um governo (PT) que propiciou os maiores lucros da história ao sistema financeiro e vamos pegar outro governo (PSDB) que colocou 97% das crianças na escola, me diz qual é de esquerda e qual é de direita, provavelmente a maioria vai dizer que o governo do presidente Fernando Henrique seria de esquerda e o do PT e Lula e Dilma seria de direita". E voltou a falar de sua plataforma de campanha: "O que eu quero é um governo efetivo e eficiente."
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