quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Tucano faz críticas à resolução divulgada pelo PT

• Senador contesta pontos como regulação da mídia, plebiscito para a reforma política e ampliação dos conselhos populares

Isadora Peron, Nivaldo Souza e Ricardo Brito - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), rebateu nessa quarta-feira, 5, na tribuna do Senado a resolução política aprovada na segunda-feira pela cúpula do PT. O texto, uma espécie de guia para a militância, defende a regulação dos meios de comunicação, a política de ampliação dos conselhos populares e o plebiscito para promover a reforma política, além de pregar a "construção da hegemonia na sociedade".

"Nós estamos atentos aos nossos adversários que, poucos dias depois das eleições, divulgam um documento oficial ao País que mostra a sua verdadeira face: a da intolerância, a da supressão das liberdades, a dos ataques às instituições. Mais que isso, nossos adversários de novo não se constrangem em propor um projeto que se pretende hegemônico, o oposto daquilo que a democracia pressupõe: liberdade de escolha, alternância de poder", disse Aécio.

A resolução do PT reafirma o compromisso de criar uma "Lei da Mídia Democrática", tradicional bandeira do partido. Sem entrar em detalhes, o texto defende que é preciso acabar com o "oligopólio da mídia".

O tucano afirmou que, como fez a Câmara dois dias após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o Senado vai derrubar o decreto que amplia os conselhos populares. A resolução petista defende a continuidade da "participação social na definição das políticas públicas" e medidas por parte do governo para reverter a "derrubada da Política Nacional de Participação Social".

Antes de subir na tribuna, Aécio classificou o decreto como "bolivariano". Questionado pelo Estado se concordava com esse termo, desconversou e disse que o havia empregado somente porque ouvira de seus correligionários, em ato pela manhã em um auditório da Câmara com outros partidos de oposição ao governo.

Referendo. Ao falar da proposta de plebiscito para convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política, defendida pela resolução do PT, Aécio afirmou que o governo precisa expor qual é o seu projeto para que o Congresso possa debater o assunto. Mas o tucano já adiantou preferir a realização de um referendo. Por esse modelo, os parlamentares votam propostas para depois submeterem suas decisões aos eleitores.

"É hora de conhecer as bases da reforma política que o governo defende, até agora omitida, porque deverá ser debatida e aprovada por este Congresso, legitimamente eleito, e depois sim, ser submetido através do referendo ao crivo da sociedade brasileira", afirmou.

Citado pela resolução do PT, Aécio contra-atacou: "Dizem no documento que a minha candidatura representou o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, a nostalgia da ditadura militar. Não, senhoras e senhores! Esses atributos que jogam sobre mim, na verdade, eles os jogam sobre 51 milhões de homens e mulheres; eles é que são verdadeiramente atacados pelo PT nesse instante em um documento oficial".

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