• Petista tenta reverter favoritismo de Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Câmara
Isabel Braga – O Globo
BRASÍLIA - Na reta final de campanha pela presidência da Câmara, o governo abandonou ontem a tese da não interferência na disputa. Cinco ministros estiveram presentes em almoço realizado pelo petista Arlindo Chinaglia (SP), que faz uma ofensiva para tentar reverter o favoritismo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Entre eles, estavam dois integrantes do núcleo político do governo, os petistas Ricardo Berzoini (Comunicações) e Pepe Vargas (Relações Institucionais), respectivamente, o antigo e o atual responsáveis pelas negociações do Palácio com o Congresso Nacional.
Os outros três eram representantes de partidos da base aliada: o ministros da Integração Nacional, Gilberto Occhi (PP); o dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR); e o das Cidades, Gilberto Kassab (PSD). Mas enquanto a bancada do último já anunciou o apoio a Chinaglia, as bancadas do PP e do PR tendem a apoiar Cunha.
O encontro reuniu representantes de oito partidos da base, entre líderes aliados, presidentes nacionais das legendas e deputados. Apesar da presença dos integrantes do primeiro escalão, Pepe Vargas negou interferência do governo na disputa e disse que seria "hipocrisia" os ministros do PT e do PMDB não apoiarem os candidatos do seus partidos.
- Queremos estabilidade política e o melhor para o Parlamento. Se o governo quisesse interferir, estava montando o segundo e o terceiro escalões. Mas o governo não vai usar instrumentos para desequilibrar o jogo em favor de um ou outro candidato - disse Pepe Vargas.
Para ajudar na contabilidade dos votos pró-Chinaglia, será rodada uma edição extra do Diário Oficial no sábado onde constará a exoneração de Pepe Vargas e do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) para que reassumam seus mandatos de deputado federal e votem no petista.
- Se o governo interferir, vai criar um descompasso entre aliados da mesma base. Quero saber se está havendo a interferência, pressão, aqueles relatos que ficam fazendo de ameaças, de retaliação, de oferecimento de vantagens. Tem que saber se é isso. Se é isso, não é uma coisa boa - reagiu Eduardo Cunha.
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