Luciana Nunes Leal – O Estado de S. Paulo
Os peemedebistas Luiz Fernando Pezão, governador do Rio, e Jorge Picciani, presidente da legenda no Estado, defenderam no sábado a "governabilidade" e contra qualquer "ruptura democrática" em referência à crise política do governo da presidente Dilma Rousseff, no Rio de Janeiro.
"A gente ajudou a eleger, tem que ajudar a governar", disse Pezão, referindo-se à presidente, em jantar com deputados e ministros do PMDB e o vice-presidente Michel Temer, na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito Eduardo Paes, na sexta-feira. Aliado de Dilma, para quem fez campanha em 2014, apesar de ter recebido apoio do PSDB de Aécio Neves, Pezão diz que o PMDB tem que jogar pela governabilidade". "Criar instabilidade não é bom para ninguém. O PMDB é um partido grande e deve dar sustentabilidade ao governo. Isso não nos impede de ter candidatura própria em 2018, mas temos que chegar até lá", disse ele ao Estado.
A viagem ao Rio procurou vincular o partido à gestão de Paes e reforçar a tese da candidatura própria à Presidência em 2018.
Pezão apoia a estratégia, mas alerta que "o ano é 2015 e está difícil para todo mundo". Embora tenha liderado a oposição a Dilma no Rio, com o movimento Aezão, de apoio a Aécio e Pezão, o presidente do PMDB-RJ, pai do líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), também não estimula a ala do PMDB que aposta no agravamento na crise e que Dilma não completará o mandato.
"Sou contra qualquer tipo de ruptura democrática. Não gosto dessa pregação de que acabou o governo, de que a presidente vai ter de sair. Estamos vivendo uma crise muito grave e acho que o PMDB deve continuar dando condições de governabilidade", disse ele, que cobra reação da presidente.
"O PMDB tem compromisso com a governabilidade, mas exige mudanças que permitam retomar a confiança no País. Os que são eleitores devem cumprir seus mandatos, mas precisam construir as condições da governabilidade."
Picciani ainda defendeu o ajuste fiscal. "A oposição está jogando fora o que ajudou a construir, ao votar contra o ajuste só pela luta política", disso ele ao lembrar o voto em peso de oposicionistas no fim do fator previdenciário, criado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
O deputado já calculou o legado da Olimpíada para a gestão de Paes. "O País só tem notícias ruins na política, na economia, na governança. Ter alguém como o prefeito Eduardo Paes, que pode mostrar obras em dia e o que ficará de legado da Olimpíada, é diferencial."
Presidente da Fundação Ulysses Guimarães, vinculada ao PMDB, o ex-ministro Moreira Franco disse que a visita dos peemedebistas "não tem nada de premeditado" para 2018. Segundo ele, a legenda traçará estratégia para estimular candidaturas municipais em 2016. "Temos o maior número de prefeitos, mas precisamos melhorar nas capitais. Hoje governamos o Rio e Boa Vista", destacou.
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