• Escolha seria deixada para depois da votação da PEC do teto de gastos
Simone Iglesias, Eduardo Barretto e Júnia Gama - O Globo
-BRASÍLIA- Em meio a especulações sobre quem assumirá a Secretaria de Governo no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), jogou um balde de água fria em deputados do centrão e auxiliares do Palácio do Planalto que têm demonstrado apetite pelo cargo. Após reunião dos líderes da base aliada do Senado com o presidente Michel Temer, no Planalto, Jucá informou que Temer não está com pressa:
— A vaga não é de ninguém, qualquer cargo de ministro é do presidente da República. Qualquer coisa a mais é excesso — disse Jucá.
Segundo assessores da Presidência, uma possibilidade é deixar a decisão sobre o novo ministro para janeiro. Eles argumentam que haverá apenas mais três semanas de funcionamento do Congresso e que a principal votação, a PEC do teto de gastos, no Senado, deve ser aprovada por ampla maioria.
Até que o novo ministro seja escolhido, a Secretaria de Governo será coordenada pela equipe de Geddel, que, apesar de sua demissão, permaneceu intacta. Os dois principais nomes desse grupo são o chefe de gabinete do ministério, Carlos Henrique Sobral, e a secretária executiva, Ivani dos Santos. Sobral foi nomeado em maio passado, e sua contratação gerou polêmica pela proximidade com o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de quem era assessor especial na presidência da Câmara.
— No momento apropriado, o presidente fará a mudança. Acho que essa decisão não pode impactar a disputa na Câmara. Tem que se ter calma, tranquilidade, o governo vai continuar trabalhando e operando politicamente sem que tenha um ministro — avaliou Jucá.
Jucá negou que a demissão de Geddel tenha afetado o apoio ao governo no Congresso. Ele estimou que a PEC do teto de gastos será promulgada em 15 de dezembro. E defendeu a autoconvocação do Congresso em 10 de janeiro para começar a análise da reforma da Previdência:
— O PMDB defende que nós possamos ter, a partir de 10 de janeiro, autoconvocação para discussão da reforma da Previdência e outros temas econômicos importantes para o país.
Depois da reunião no Planalto, o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disse que ainda não há qualquer sinalização sobre o sucessor de Geddel. Hoje, a reunião de líderes da base será conduzida pelo ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, e assessores da Secretaria de Governo.
— Sem sinalização nenhuma, tanto é que vamos continuar os trabalhos da mesma forma que antes, conduzindo com a equipe da Secretaria de Governo até que o presidente defina o novo ministro — disse Moura.
Um grupo de deputados do PMDB e do centrão defende a nomeação do ex-deputado Sandro Mabel, atual assessor especial de Temer. Um dirigente peemedebista disse que o presidente está analisando outros dois nomes, além de Mabel: o do também assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures, e o do secretário executivo do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco. (Colaborou Leticia Fernandes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário