Por Vandson Lima | Valor Econômico
BRASÍLIA - Com papel cada vez mais proeminente no governo do presidente Michel Temer, o PSDB ocupará dois postos-chave no Senado em 2017.
Caberá à sigla, que cresceu e se tornou a segunda maior bancada da Casa - atrás apenas do PMDB - indicar o vice-presidente do Senado e o comando da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Pelo desenho em discussão, o líder da bancada Cássio Cunha Lima (PB) será o vice-presidente. O cargo cresceu em importância ante a ofensiva da Justiça a senadores implicados na Operação Lava-Jato. Favorito para presidir o Senado nos próximos dois anos, Eunício Oliveira (PMDB-CE) não está entre os indiciados, mas seu nome apareceu em delação recente de um ex-diretor da Odebrecht.
Tasso Jereissati é dado como certo na CAE. O colegiado, que virou uma espécie de "bunker" do PT no ano passado, deverá agora, sob comando tucano, se tornar importante propulsor de medidas de interesse do governo. Foi a partir da CAE que um grupo de seis senadores - do PSDB, PPS e PTB, Tasso entre eles - começou ainda em 2016 a trabalhar uma série de medidas microeconômicas que foram ou estão sendo abraçadas pela gestão Temer.
Líder do PSDB durante os quatro meses em que Cunha Lima se licenciou, Paulo Bauer (SC) pode permanecer no posto, mas apenas este ano, já que em 2018 deverá ser o candidato tucano ao governo de Santa Catarina. Ricardo Ferraço (ES), que também é cotado, ficaria com a promessa de assumir a liderança daqui a um ano.
Outros nomes têm se colocado e o PSDB gostaria de contemplar, por exemplo, Antonio Anastasia (MG) com alguma função de prestígio. Além da CAE, o partido deve presidir outras duas comissões, menores, e liderar a bancada da maioria, posto ocupado no ano passado por Ronaldo Caiado (DEM-GO), mas que agora ficará com os tucanos por acordo.
A costura, se confirmada, atende uma demanda do PSDB de contemplar o Nordeste, onde a legenda é mais fraca, colocando o paraibano Cássio e o cearense Tasso em vagas com grande visibilidade.
Além disso, a bancada vai crescer com o ingresso de mais um nordestino: Eduardo Amorim (PSC-SE) filia-se aos tucanos na volta dos trabalhos legislativos. É o terceiro senador a entrar para a sigla nesta legislatura - depois de Ataídes Oliveira (TO) e Ricardo Ferraço (ES). O partido também ficou com a vaga de Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), que morreu em 2015 e foi substituído por Dalírio Beber (PSDB-SC).
Além de Amorim, outra mudança partidária será vista no Senado neste início de ano. Lasier Martins (RS) filia-se hoje ao PSD. Ele havia deixado o PDT há um mês, após seguidas divergências com a sigla.
Comandado pelo ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, o PSD seduziu Lasier com uma série de benefícios, como uma vaga de titular na futura composição da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado. O senador gaúcho assumirá também a vice-liderança do partido no Senado em 2017, a liderança em 2018 e integrará a direção do PSD no Rio Grande do Sul. Com isso, o PSD chega a cinco senadores e 37 deputados.
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