O governo decidiu apressar a tramitação do projeto de lei orçamentária de 2018 para tentar levá-lo à votação em plenário na semana que vem. A intenção é tirar proveito da mobilização em torno do Orçamento, que atrai também prefeitos ávidos por mais verbas e prontos para pressionar parlamentares, e garantir o quorum necessário para votar a reforma da Previdência. Na Comissão de Orçamento, reuniões e audiências foram canceladas para permitir a conclusão das votações dos relatórios setoriais nesta semana. Para ser aprovada, a reforma precisa de 308 votos, número que só será alcançado se houver presença de cerca de 500 deputados em plenário.
Preso flutuante
Diante das sucessivas rebeliões nos presídios, algumas sangrentas, o governo federal repassou R$ 1,1 bilhão aos governos estaduais no início deste ano. O dinheiro destinava-se, preferencialmente, à construção de novas penitenciárias, ampliação das existentes ou conclusão de obras em andamento. A pedido do TCU, os tribunais de contas de 22 estados e do DF investigaram como os recursos estão sendo gastos. Descobriram, entre outras coisas, que o custo de criação de uma vaga para preso varia até 70% entre os estados. Vai de R$ 111,6 mil, no Rio Grande do Sul, a R$ 31,9 mil, no Mato Grosso do Sul. Não se encontrou explicação razoável para as diferenças.
Muro reforçado
Geraldo Alckmin conseguiu esvaziar a reunião da Executiva do PSDB ontem. Só a ala governista compareceu. O governador, que assumirá o comando do partido no sábado, ficou irritado com a decisão de Alberto Goldmann, presidente interino, de convocar o encontro sem qualquer chance de tomar uma decisão. Goldmann já fez quatro reuniões do grupo sem ter um resultado, reforçando a imagem de indecisão que acompanha o PSDB.
Vai nessa
Aumentou a pressão no PSDB para que Tasso Jereissati assuma a presidência do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao partido, no lugar do ex-senador José Aníbal. O ITV tem verba de R$ cerca de R$ 1 milhão por mês — cerca de 20% do que o PSDB recebe do Fundo Partidário.
Balcão de queixas
Representantes do setor de construção levaram a Michel Temer preocupação com sinais dados pelo novo ministro das Cidades, Alexandre Baldy. Ele prometeu a deputados que revisaria contratos do Minha Casa Minha Vida, depois de ouvir queixas de que o antecessor Bruno Araújo privilegiara governos do PSDB. “Criou uma insegurança enorme para as construtoras e os beneficiários”, diz o presidente da Associação Brasileira das Indústrias dos Materiais de Construção, Walter Cover. Ganharam do presidente a promessa de que, em contratos já fechados, só irregularidades serão revistas. E deixaram uma lista de pedidos para acelerar novas obras.
Hora de agradecer
Em meio à articulação do governo para a votação da Previdência, deputados que votaram para livrar o presidente Temer de um processo comemoravam em plenário a promessa de liberação de ambulâncias para entregarem às bases eleitorais.
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