- Blog do Noblat
Na noite desta terça-feira, durante a entrega do prêmio Brasileiro do Ano pelas revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, o tema da sucessão presidencial estava no ar. Tanto pelas pessoas presentes quanto pela eloquente ausência do governador de São Paulo, o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB).
Ente os homenageados e os prestigiadores do evento, no palco estavam, nada mais nada menos, que sete personalidades relacionadas à sucessão.
O juiz Sergio Moro, eleito Brasileiro do Ano, foi o principal homenageado. Muitos gostariam de tê-lo como presidente. Seu discurso foi o mais aplaudido, o que revelou o tamanho do seu prestígio. Moro, como se sabe, pode contribuir decisivamente para tornar o ex-presidente Lula (PT) inelegível. Bem como, e por tabela, outros políticos. Aproveitou para fazer um discurso contra o foro privilegiado. E, pasmem, pediu que o presidente da República interceda junto ao Supremo Tribunal Federal para manter a prisão em segunda instância.
O senador Álvaro Dias, presidenciável do Podemos, entrou mudo e saiu calado. Entregou um prêmio e quase não foi notado, mas aproveitou os holofotes disponíveis.
O apresentador de TV Luciano Huck fez o segundo discurso mais aplaudido da noite. Disse que não será candidato, mas que não deixará de atuar politicamente. Parece que, no fundo, ele gostaria de ser presidente. Será um eleitor importante.
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), se saiu muito bem. Parece mais bem adaptado ao figurino “unidos venceremos”. Foi muito cordial com o presidente Michel Temer, reconhecendo os êxitos das reformas que o governo vem fazendo. Colocou-se de forma clara e, de certo modo, modesta. Parece que aprendeu rápido com as derrapadas que andou dando. Apresentou-se como opção certa para o futuro.
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ainda que não seja candidato, é nome cobiçado para integrar chapas presidenciais. Sentado perto de Doria, ficou tricotando com o colega de São Paulo. Explicou por que é aprovado por 80% dos soteropolitanos e também se apresentou como opção para o futuro.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), pré-candidato assumido, fez um discurso sóbrio no falar e eloquente nos argumentos. Mostrou que saímos da pior pindaíba de nossa história para o melhor Natal desde há muito.
Quem entregou o prêmio de Brasileiro do Ano na Economia foi o presidente Temer. Sua foto passando o prêmio às mãos de Meirelles despertou na cabeça de alguns o que pode ser o preview da sucessão. Temer foi, como sempre, elegante, mesmo tendo como companheiro de palco o juiz Sergio Moro. Foi bastante aplaudido. Se ele só tem 5% de aprovação, quase todos que o aprovam estavam ali.
O ambiente foi inusitadamente de diversidade. De Moro ao ministro Moreira Franco (PMDB), passando pela atriz Isis Valverde!!! Pelos cantos, comentava-se a ausência de Alckmin. Não pegou bem. Em tempos de sucessão, um centímetro de movimento pode resultar em danos. Alckmin preferiu distância. Bom para os demais, que aproveitaram seus espaços.
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Murillo de Aragão é cientista político
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