Ex-governador de São Paulo afirmou que pleito está muito indefinido e que a corrida eleitoral só deve começar, de fato, após a largada campanha
Marcelo Osakabe, O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Apesar de estar na liderança de todas as pesquisas de intenção de voto nos cenários em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está presente, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) não deve chegar ao segundo turno, afirmou nesta terça-feira, 5, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
"Acho que ele (Bolsonaro) não chega no segundo turno. Vocês (jornalistas) se impressionam com pesquisa antes da hora", afirmou o pré-candidato tucano, que participou de um encontro da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib).
Sem entrar em detalhes sobre as razões pelas quais descarta o deputado fluminense na segunda etapa de votação, Alckmin repetiu o mantra de que a eleição só começa depois de definidos os candidatos.
"Depois de acabar a Copa do Mundo e depois de umas duas semanas de (campanha na) televisão e rádio, aí você esta mais perto e a população está interessada. Aí é que começa a corrida eleitoral", resumiu. A menos de duas semanas da Copa, Alckmin continua estagnado nas pesquisas de intenção de voto, o que causa apreensão em seus aliados.
Elogios a Marina Silva
Geraldo Alckmin também teceu elogios à sua adversária nas eleições deste ano, a ex-senadora Marina Silva (Rede), dizendo que ela é uma "pessoa de convicções, mas sem radicalismos". "Tenho grande respeito pela Marina desde a época de ministra. Pessoa idealista, correta, tem espírito público", disse.
Questionado sobre a possibilidade de uma eventual união com Marina Silva, em chapa única, Alckmin manteve o seu estilo comedido. "Não posso cometer uma indelicadeza dessa com alguém que é candidata. Mas independentemente de disputar ou não, é uma pessoa por quem tenho até apreço pessoal. Gosto do estilo da Marina", declarou.
Segundo o ex-governador, a última vez em que os dois estiveram juntos foi durante o Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, no início de abril. Questionado sobre se acredita que a ex-senadora tem se mostrado mais disposta ao diálogo que nas eleições anteriores, Alckmin disse achar que sim.
Sobre a possibilidade de união de centro, Alckmin disse ser importante evitar uma fragmentação do centro político. "Não vai ter convergência de todos, mas se tiver um mínimo de convergência é bom para todos".
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