Folha de S. Paulo
Republicano transformou delírio autoritário
em peça de propaganda ao prometer combate a 'inimigo interno'
Donald Trump sonha
com um braço armado para o regime que deseja inaugurar se vencer as
eleições. Nos últimos dias, o republicano transformou o delírio
autoritário em peça de propaganda. Apontou que pretende chamar agentes de elite
para "caçar,
prender e deportar" imigrantes e sugeriu o uso de
militares contra adversários políticos.
Nesta corrida para voltar ao poder, Trump tem se mostrado mais confortável em recorrer à xenofobia e ao ódio político, banhados em teorias da conspiração e alarmes de pânico social. A novidade da reta final da campanha é sua desenvoltura na defesa do direcionamento do monopólio estatal da força contra alvos escolhidos por um presidente.
O último truque do republicano inclui a
promessa de combater um
"inimigo interno", expressão que ele repetiu ao longo da
semana para se referir a rivais democratas. Numa nação como os EUA, marcada
pela aplicação severa do conceito de segurança nacional, Trump pisca para uma
doutrina baseada na ampliação do arbítrio por razões políticas.
O ex-presidente conta com a simpatia de
muitos eleitores e alguma dose de cinismo para espalhar suas ideias, de maneira
aberta ou dissimulada. Diz que vai deportar integrantes de gangues violentas,
mas gosta de se referir a imigrantes, de maneira geral, como criminosos.
Classifica os tais inimigos internos como "lunáticos de extrema
esquerda", mas inclui na cesta políticos nada extremistas, como Nancy Pelosi.
A retórica de Trump ressoa em ambientes
eleitorais, institucionais e radicais. Começa como um apelo à raiva e ao medo
de um eleitor convencido de que seu voto é imprescindível para derrotar uma
ameaça grave; passa pela aposta na contaminação de aparelhos de segurança e
militares; e soa como uma convocação às milícias armadas que existem em
determinados estados.
Trump tenta emoldurar a perseguição a
adversários como uma espécie de revanche contra um sistema responsável por
investigá-lo, processá-lo e condená-lo. O argumento, infame e dissimulado,
deixa claro que o republicano está interessado em reivindicar
plenos poderes, além de usar a presidência como uma ferramenta de
vingança particular.
3 comentários:
Deus nos livre e guarde-nos!
Deuas não existe e "tramp" já deveria ter sido eliminado, seja com drone ou martelo. MAM
OS EUA acabarão como Israel: destruido por dentro. MAM
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