segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Marina defende regra para pré-campanha na Lei Eleitoral

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Ao falar das acusações de uso da máquina por Dilma, senadora afirma que legislação precisa ser cumprida

Julia Duailibi

Em evento no qual foi saudada como pré-candidata do PV à Presidência, a senadora Marina Silva (AC) defendeu mudança na legislação eleitoral para que seja regulamentada a fase de pré-campanha. Em resposta às acusações de uso da máquina pela pré-candidata do governo, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, Marina disse que, independentemente de "picuinha de disputa eleitoral", a lei precisa ser cumprida.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem sendo acusado pela oposição de promover campanha fora do prazo, o que é proibido pela lei. A legislação eleitoral só permite atos para a promoção de candidaturas após as convenções partidárias, que serão realizadas em junho de 2010.

"A gente deve respeitar a legislação eleitoral, ainda que eu ache que a legislação deveria prever o processo da pré-campanha. É pré-campanha, mas não existe campanha? Então teria de pensar uma legislação para a pré-campanha", afirmou a senadora em passagem por São Paulo. Marina, que disse ter tido as despesas custeadas pelos organizadores do evento na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), falou sobre economia verde para estudantes. Na palestra, criticou o "ecoterrorismo", citou de Lacan e Kant ao teólogo Leonardo Boff e leu poema de autoria própria.

Na tentativa de fechar alianças, a ex-ministra do Meio Ambiente tem se concentrado no PSOL, da ex-senadora Heloísa Helena (AL). A união ampliaria o tempo de TV do PV (de cerca de dois minutos), embora a senadora diga que o importante é a questão "programática" - o PV é aliado do DEM e do PSDB em São Paulo e do PT no governo federal.

O PV quer, no entanto, um vice empresário por avaliar que ajudaria a construir uma imagem de Marina mais moderna, além de facilitar a arrecadação de recursos. Um dos cotados é Guilherme Leal, copresidente do Conselho de Administração da Natura, recém-filiado à sigla.

Na palestra, Marina disse que queria evitar o discurso "ecoterrorista", mas usou termos como "ponto de declínio sem retorno". Defendeu um "novo fazer civilizatório" e permeou o discurso com expressões como "aliança intergeracional" e "lideranças e processos multicêntricos". Sem citar a metodologia, falou que os setores de energia solar, eólica e de biomassa criariam, respectivamente, 770 mil, 1,175 milhão e 300 mil "empregos verdes".

Questionada sobre a reunião de Copenhague, na qual Dilma será chefe da delegação brasileira, a senadora disse: "Não vamos fulanizar. O governo tem de ter uma posição. Até bem pouco tempo a questão estava solta." Segundo ela, o governo está atrasado nessa missão.

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