Elipe Werneck, Wilton Júnior
RIO - O Estado de S.PauloO presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou
ontem em discurso que "não dá para avançar no Brasil sem uma reforma do
Estado que pegue a questão da mídia monopolizada e o Judiciário
conservador". Segundo ele, "não é possível ter mais democracia no
Brasil com o atual sistema político eleitoral, sobretudo se não se conquistar o
financiamento público de campanha".
As declarações do presidente do PT foram feitas durante encontro de
prefeitos e vereadores petistas eleitos no Estado do Rio com o pré-candidato ao
governo estadual, senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O encontrou reuniu 11
prefeitos, 12 vices e 84 vereadores do partido.
No discurso, Falcão disse que a "oposição real é aquela que reúne
grandes grupos que se opõem a um projeto de desenvolvimento independente, que
se opõem ao avanço da revolução democrática e que têm, para vocalizar seus
interesses, uma certa mídia que tem partido, tem lado, e que permanentemente
investe contra nós".
Neste momento, ele foi interrompido por uma mulher da plateia. "Porque
são financiados por esses grupos", disse ela. "Era exatamente isso o
que eu estava dizendo; obrigado, companheira", completou Falcão. Para o
presidente do PT, os embates em curso - contra o "núcleo do capital
financeiro", entre outros - mostram qual é a oposição realmente existente
no País. "Não são DEM, PPS e PSDB; esta é a oposição partidária, que
sofreu dura derrota no último pleito", discursou. Outro "embate"
destacado pelo petista foi a questão da medida provisória para baixar o preço
da energia.
Falcão disse que os dez anos de governo petista precisam ser marcados pelo
lançamento de uma campanha de iniciativa popular para "conquistar a
reforma política eleitoral". "Vamos entrar em 2013 nessa conjuntura
de embate", afirmou.
Corrupção. Depois da reunião, Falcão afirmou que o PT não está envolvido nas
acusações da Operação Porto Seguro e que "ninguém mais do que os governos
Lula Dilma combateu mais corrupção e tráfico de influência" em comparação
com governos anteriores.
Em relação a filiados, disse que, se comprovadas as denúncias, o PT adotará
"no momento propício" medidas disciplinares previstas em seu estatuto
e código de ética, inclusive a expulsão. "Lamentamos que alguém que estava
em um posto de representação do governo federal possa ter dado margem a esse
tipo de fatos que a imprensa vem revelando a partir da investigação da
PF", disse, referindo-se a Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da
Presidência em São Paulo.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário