terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Poema macabro – Graziela Melo

Pássaros negros
vislumbram
cadáveres
perdidos
desintegrados
apodrecidos


longe
de lágrimas
e gemidos!


São
eles todos,
são
cada um
.
Uns
mortos-ricos
assassinados
com mistério


Outros

pobres
sem tostão!!!
Mortos
de fome
à falta de
pão

ou
de quem
lhes desse
a mão.


Também
lá está
um bandido
muito mau
folgado,
conhecido,


desovado
por comparsa


com muito tiro
e fumaça!!!!


Olhos duros
sem brilho,


esbugalhados
para o céu,


como os olhos
do Xaréu!


Corpo Frio,
corpo nu!


Triste cena!
Triste vida!
Triste morte!


Negra sorte!

Sobremesa
de Urubu....


            Graziela Melo, 11/06/2003

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