Por Thiago Resende – Valor Econômico
BRASÍLIA - Ao divulgar um plano de ações para superar a crise, o PSDB quer "chamar o PT para um debate no campo social", afirmou o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
O documento vai reunir as propostas que foram discutidas durante a campanha eleitoral ao Palácio do Planalto em 2014, quando Aécio perdeu para a presidente Dilma Rousseff. O tucano informou que o programa, com um diagnóstico da crise econômica e com propostas para o país, será publicado no dia 8 de dezembro.
Uma pesquisa para consumo interno do PSDB apontou que a parcela da população que saiu da pobreza está regredindo em velocidade maior. O estudo mostrou ainda que os brasileiros têm necessidade permanente de ver uma agenda propositiva e, por isso, o PSDB "vai sinalizar com caminhos".
"Queremos debater que a distribuição de renda não emancipa ninguém se a pobreza não for analisada também pela vertente de privação da educação, qualificação, serviços de qualidade e ambiente econômico estável, que permita investimentos e geração de empregos", disse Aécio. O lançamento do documento em dezembro foi divulgado na semana passada, quando o presidente da legenda se reuniu com deputados na Câmara que são pré-candidatos no pleito municipal do próximo ano.
O plano a ser divulgado no começo do próximo mês se alinha ao projeto do PMDB, chamado de "Uma ponte para o futuro", como uma reação dos principais partidos políticos diante da constatação de que o risco de impeachment da presidente Dilma refluiu e se antecipando às eleições de 2018. Os documentos buscam questionar a política econômica e gestão da petista.
Ontem, no mesmo dia em que o PMDB se reuniu em Congresso para debater um programa de governo e dar mais um passo no descolamento com o Palácio do Planalto, Aécio convocou as bancadas do PSDB na Câmara e no Senado para apresentar a pesquisa de avaliação do cenário político no Brasil, que foi feita pelo Instituto GPP. Os detalhes do levantamento não foram divulgados para a imprensa.
Segundo parlamentares, a avaliação política dos dados é favorável ao PSDB nas próximas eleições. O levantamento vai servir também para traçar estratégias para o pleito municipal no próximo ano.
Deputados afirmaram que os dados não colocam o PMDB como grande força política, pois o partido do vice-presidente Michel Temer tem rejeição e apoio moderados.
"O PMDB quase não aparece. Time que não joga não tem torcida", brincou um tucano. O PMDB não tem candidato próprio a presidente desde 1994.
O PT, contudo, "está em falência" com os efeitos da crise econômica, principalmente, nos últimos dois anos; com a corrupção e a avaliação de que o PT mentiu durante a campanha eleitoral do ano passado, afirmam parlamentares tucanos.
"Quase todos os eleitores continuariam votando no Aécio no segundo turno, enquanto que 67% dos que elegeram Dilma se arrependeram", cita um deputado sobre a pesquisa apresentada por Aécio.
Nesse cenário de fragilidade do governo Dilma, o PSDB vê um "futuro promissor" para 2016 e também para 2018, classificou o senador.
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