Daniela Lima, Valdo Cruz – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Aliados de Michel Temer (PMDB-SP) admitem que ele vai pedir a separação das contas da campanha de 2014 à Justiça Eleitoral, caso receba sinais claros de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) caminha para condenar as finanças do comitê da presidente Dilma Rousseff.
Uma decisão da corte nesse sentido poderá cassar a chapa de Dilma e Temer, com base nas acusações de que houve abuso de poder econômico e político na última disputa presidencial.
Os peemedebistas que falaram sobre o assunto com o vice dizem que, nesse cenário, ele avalia ser melhor "tentar salvar alguma coisa" do que deixar todo o governo afundar com a petista.
A articulação foi abordada no último sábado na edição da revista "Veja" e confirmada pela Folha. Temer consultou especialistas e agora trabalha para criar uma estratégia jurídica que sustente a separação das contas.
Mesmo aliados do vice reconhecem que será difícil convencer o TSE a condenar apenas Dilma e anistiar Temer da responsabilidade sobre as contas da campanha.
Segundo eles, a legislação é clara ao afirmar que o comitê da chapa presidencial é único. Ainda assim, a estratégia é ressaltar que Temer e o PMDB tinham seu próprio tesoureiro, além de um esquema exclusivo de arrecadação e gastos de campanha.
Os peemedebistas dizem ainda que a sigla não optava nem deliberava sobre as receitas e as despesas feitas pelo comitê de Dilma.
Os aliados do vice buscam jurisprudência eleitoral e do STF (Supremo Tribunal Federal) que possam ajudar a sustentar essa linha.
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