quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Volte, Eduardo. Por Ruy Castro

Folha de S. Paulo

Ele não tem saída: ou fica onde está ou vai preso assim que pousar em Brasília

E nada impede que a Interpol o busque nos EUA ou Trump se farte do nome Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro não conseguirá se tornar líder da minoria para escapar à cassação de seu mandato de deputado federal. Eduardo Bolsonaro não escapará à cassação de seu mandato. Sem mandato, Eduardo Bolsonaro não terá seu salário nem as mumunhas ao alcance dos políticos como ele. Sem salários e mumunhas, terá de se valer de seu nada desprezível patrimônio, acumulado durante anos de pseudoatividade parlamentar à sombra da família. Família esta que, à vista fria de seus cúmplices na política, começa a esfarelar-se —eles já a querem pelas costas, por em breve condenada e dura de carregar. E todo patrimônio tem limite.

Falando em condenado, Eduardo Bolsonaro, sem mandato e sem imunidades, já se vê abotoado pela Polícia Federal assim que puser o pé na escadinha do avião que pousar em Brasília. Os crimes de que está sendo e ainda será acusado são inéditos no Brasil moderno —nos últimos 200 anos, quem mais foi acusado de traição à pátria em conluio com uma potência estrangeira? Donde será melhor para Eduardo Bolsonaro manter distância do dito avião. Claro que nada impede que, a pedido da Justiça brasileira, a Interpol vá buscá-lo onde ele estiver.

A prudência recomenda que Eduardo Bolsonaro fique mesmo onde está, nos EUA de Donald Trump. Mas vivendo de quê? Impossibilitado de assumir a embaixada brasileira em Washington, sempre lhe restará voltar a fritar hambúrgueres, especialidade em que, segundo seu pai, é mestre. Mas isso só durará enquanto for do beneplácito de Donald Trump. Nada impede que Donald Trump se farte de ouvir o nome Bolsonaro e o embarque aos tapas num cargueiro rumo à South America, como faz com os deportados brasileiros.

Já o safo blogueiro Paulo Figueiredo, parça de Eduardo Bolsonaro e seu orientador e mentor nas articulações anti-Brasil, terá melhor sorte. É quase cidadão americano, com todos os documentos. Não será surpresa se chegar a prefeito de Miami.

Eduardo Bolsonaro tem outro motivo de apreensão. Seu visto de turista está quase expirando.

 

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