• Para Aécio, correção menor para faixas mais altas significa aumento indireto do tributo
Maria Lima e Cristiane Jungblut – O Globo
BRASÍLIA - Independentemente do acordo firmado entre governo e partidos da base aliada, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), avisou que a oposição vai tentar derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff à correção de 6,5% da tabela do Imposto de Renda. Logo cedo, enquanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negociava com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um acordo para escalonar a correção da tabela, Aécio avisou que não apoiaria nada menos que a correção de 6,5% para todas a faixas, já que a inflação ultrapassou esse patamar em 2014. Para a oposição, uma correção menor, na prática, seria uma espécie de confisco e aumento indireto de impostos.
- Não tem acordo. Vamos derrubar - disse Aécio.
Para o líder tucano, uma correção menor para faixas mais altas, como prevê acordo fechado na noite de ontem, significa que o governo está aumentando indiretamente o IR a ser pago pelos brasileiros.
- O governo não tem capacidade de apontar caminhos, por isso vamos votar contra - disse o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).
Apoio de partidos da base
A proposta de correção da tabela, vetada por Dilma, foi aprovada no final do ano passado com o apoio de partidos da base, inclusive do PT. Autor da emenda, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), ainda acredita que o veto pode ser derrubado, porque os parlamentares não vão querer arcar com a penalização do trabalhador contribuinte compulsório.
- O Democratas e o PSDB esperam contar com apoio de outros partidos da base. O que o governo está fazendo com o trabalhador é confisco - disse o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN).
O líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também rechaçou a proposta do governo de reajuste escalonado da tabela do IR:
- Não é certo, diante desse quadro de corrupção, o governo empurrar mais essa cota de sacrifício ao povo. Os brasileiros estão sendo penalizados pela omissão do governo nesses três primeiros meses do ano. Esse atraso em conceder o reajuste da tabela do IR, prometido desde o ano passado, penaliza o trabalhador que em janeiro, fevereiro e março teve seus salários debitados sem nenhuma correção.
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