domingo, 30 de setembro de 2012

Aécio aquece para 2014 com críticas a Dilma, Lula e Haddad


Pré-candidato a presidente, tucano ensaia discurso de campanha

Maria Lima

BELO HORIZONTE - Num momento de fragilidade política do PT, maior adversário do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) pegou carona nas candidaturas tucanas bem sucedidas e partiu para seu primeiro teste como pré-candidato ao Planalto fora de seus domínios, as gerais. Num roteiro de carreatas e grandes eventos de campanha nas regiões Sul e Nordeste, ele incorporou de vez o discurso de candidato e conseguiu levar para o ringue, com áspera troca de farpas, a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e, de quebra, o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

Aécio, segundo seus aliados, tem o timing perfeito da hora de começar a brigar com Dilma, sua provável adversária em 2014. Semana passada, travou um embate com os adversários.

- Se Aécio quer ser presidente, estude um pouquinho, leia um livro por semana. Pode ser na praia de Ipanema - disparou Haddad.

- Quero agradecer ao candidato Haddad por ter lançado a minha candidatura, mas vou deixar que o meu partido decida isso no tempo certo. Como não acho que ele possa ser tão idiota, como parece às vezes, certamente quis dar ali uma estocada no presidente Lula, talvez não satisfeito com a incapacidade que (Lula) demonstrou até agora para alavancar sua candidatura - devolveu Aécio.

Na guerra com Dilma e o PT, o mineiro pode ganhar o primeiro round com a reeleição do prefeito Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte, contra o petista Patrus Ananias. Para ajudar Patrus, Dilma e Lula despacharam para a capital mineira o marqueteiro João Santana.

Estrela da campanha de Lacerda, Aécio tem percorrido Minas Gerais e as principais cidades do país em campanha paralela. Na propaganda de seu candidato, alfineta Dilma: ele usou o veto presidencial ao aumento dos royalties do minério para acusar a presidente, mineira de nascimento, de não ter amor ao estado, pois, com a medida, tirou de Minas R$ 300 milhões.

- A presidente vem cometendo equívocos e não vou me furtar a fazer críticas a esses episódios. O primeiro foi responder um artigo do ex-presidente Fernando Henrique para agradar Lula. O segundo foi contestar interpretação do Supremo no julgamento do mensalão e, por último, lotear e colocar o governo a serviço do partido, dando um ministério para Marta Suplicy. Isso enterra o bom discurso inicial da faxina.

Aécio ainda minimizou o poder do Lulismo. Em viagem pelo Nordeste, acusou Lula de agir "como líder de facção":

- O ex-presidente Lula mancha a própria biografia, quando defende os réus do mensalão e ataca a oposição de forma extremamente agressiva nos palanques. O que estamos percebendo é que o lulismo, da forma que existia, quase messiânico, que apontava o dedo e tudo seguia na mesma direção, não existe mais.

Fonte: O Globo

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