Claro está que, em nenhum momento, os
dirigentes e parlamentares do PT imaginaram que poderia haver um processo
judicial que os atingisse da maneira que o julgamento que ora acontece no STF. Embalados
em vitórias eleitorais e sob o manto do prestígio de seu líder maior, o Lula -
que se tornara um mito - chegaram a ter a certeza de que qualquer ação, ainda
que ilegal ou imoral, seria encoberta pela sua força política, garantido-lhes a
impunidade.
Durante anos o processo do chamado
mensalão foi se arrastando no tempo, o que lhes infundia a certeza de que nada
aconteceria, como aliás tem mostrado a história política do nosso país. Quando
da denúncia do Ministério Público e de sua aceitação pelo STF, acendeu-se um
sinal amarelo mas, ainda assim, pensaram que tudo se resolveria, diante das
vitórias eleitorais que lhes dava o povo, anestesiado pela melhoria do quadro
econômico que lhe permitia consumir bens e serviços aos quais nunca tinha tido
acesso.
Então, inesperada e surpreendentemente
para eles, surge o relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, indicado para o
Tribunal por eles mesmos, a mostrar a sua independência de juiz e a propor a
condenação de quase todos os envolvidos. Assustado com a perspectiva de
condenações vai o Lula, de forma aloprada, certo de que tudo podia, tudo lhe
era permitido, enebriado com a vitória de sua criação mais recente - Dilma
Roussef - buscar o adiamento do julgamento, sob a esperança da aposentadoria de
alguns membros da Corte Suprema e a sua substituição por elementos mais
suscetíveis aos seus interesses. Deu com os burros n'água.
A partir daí não faltaram as acusações
de que o processo era um golpe contra eles e que o STF estava fazendo o jogo da
oposição. Essa mesma oposição, diminuta, frágil, derrotada, estaria comandando
as decisões do STF, constituído em sua ampla maioria, por membros por eles
indicada.
Durante semanas temos assistido ao
desenrolar de um processo que já caracterizou o desvio de dinheiro público, a
formação de quadrilha, a lavagem de dinheiro e apontou corruptos e corruptores.
E isso tem provocado declarações, cada vez mais raivosas e ameaçadoras de
condenados e mesmo de absolvidos que, ao lado do próprio Lula, pedem ao povo
vitórias eleitorais para desmoralizar o STF como se essas vitórias pudessem
apagar os crimes cometidos e mesmo significar um julgamento popular que
contrariasse ou compensasse as decisões do Tribunal.
Esse o jogo do PT. Pouco lhes importa o
que significaria a desmoralização do Judiciário. Seus interesses políticos se
superpõe aos interesses da democracia. Chegam a dizer que essas decisões da
Suprema Corte estão pondo em risco a própria República. Eles sim, querem
golpeá-la. Não tenho dúvidas de que, se pudessem, se para isso tivessem força
suficiente, baixariam um Ato Institucional, nos moldes do que a ditadura nos
aplicou, e fariam a sua própria justiça.
Aos democratas se exige a resistência e
a melhor forma de enfrentar as ameaças é dar uma resposta nas urnas, impedindo
que as usem para afirmar a supremacia do partido no poder e destruir as
conquistas democráticas conquistadas a duras penas.
Presidente em exercício do PSDB
Fonte: Blog do Goldman
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