A taxa de reeleição
de prefeitos caiu de 66%, em 2008, para 55%, neste ano. Menos prefeitos aptos
quiseram se lançar (75%, contra 79%), o que elevou a renovação política de 60%
para 72%.
Captada pela
Confederação Nacional de Municípios, a tendência mudancista deve se acentuar
uma vez resolvidas todas as pendências da Lei da Ficha Limpa e computados os
votos do segundo turno.
Nas capitais ainda em
disputa, por exemplo, o clima é de troca de guarda também. São Paulo é o caso
mais conhecido, mas não o único. Em Salvador, Curitiba, Natal, Belém e Vitória,
ambos os candidatos remanescentes significam ruptura.
Essa onda do
"novo" merece estudo aprofundado. Mas é evidente que a economia ajuda
a explicá-la.
Os prefeitos do
quadriênio 2005-2008 tiraram proveito da alta alucinante de receitas. Em 2008,
quando as reeleições bateram no pico, o caixa dos municípios engordou em média
15,2%. E já tinha engordado 11,2% em 2007 e 10,1% em 2006.
Logo no primeiro ano
da gestão 2009-2012, porém, veio o tombo: taxa negativa de 1,4%, segundo a
Frente Nacional de Prefeitos. Ou seja, com despesas contratadas na esteira de
curvas ascendentes de arrecadação, as cidades se viram subitamente com menos
dinheiro. Para agravar, houve o impacto do novo salário mínimo e de novas leis
nacionais, caso do piso do magistério.
A maioria das
prefeituras teve de suspender pagamentos, frear obras em execução e, pior,
largar projetos que exigem custeio permanente (como creches e postos de saúde).
Ainda assim, quase metade delas chegou ao dia da eleição com as contas
atrasadas, afirma a CNM.
Devido às oscilações
nas pesquisas, à pulverização dos votos entre partidos e ao surgimento,
"do nada", de nomes competitivos em várias praças, falou-se muito do
eleitor volátil. Mas o eleitor insatisfeito não pode ser esquecido.
Fonte: Folha de S.
Paulo
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