O Supremo Tribunal julgou e condenou os
crimes praticados no esquema do mensalão, que Lula e o PT exaustivamente diziam
que era uma invenção da imprensa golpista. Foram condenados políticos de
diversos partidos por corrupção passiva e outros crimes comuns.
O presidente do Partido dos
Trabalha-dores e o seu tesoureiro à época dos fatos, Genoíno e Delúbio, foram
condenados por corrupção ativa, bem como pelo mesmo crime o ex-ministro chefe
da Casa Civil de Lula, José Dirceu.
Agora, pronunciada a instância máxima
de nosso Judiciário, são oficialmente corruptores que fraudaram o sistema
democrático por meio de compra de votos de deputados para compor a base aliada
do governo Lula. A verdade dos autos, portanto a verdade juridicamente válida,
é que o mensalão existiu e este não é mais um fato controverso.
A corrupção é um mal endêmico no país.
Seu combate precisa avançar para além desta condenação. O dano causado à
sociedade pela corrupção é maior que o dano causado pelos crimes comuns que não
envolvem o Estado.
Um homicídio causa um dano irreparável
a uma pequena parcela da sociedade, os familiares e amigos da vítima. A
corrupção afeta a sociedade toda. Suas consequências são pessoas mortas por
falta de atendimento nos hospi-tais que não foram construídos porque o dinheiro
se esvaiu ilicitamente; crianças que não terão oportunidades no futuro por
falta de educação; mais violência porque o dinheiro para o combate ao crime
também não estava disponível. Há criminosos que matam com armas em punho. Há
criminosos que matam com canetas nas mãos.
Precisamos construir um sistema penal,
cuja discussão sobre um novo código está na pauta do Congresso, em que a pena
seja proporcional ao dano causado à sociedade. O combate à corrupção passa
também por uma mudança cultural.
Como salientou em seu voto a Ministra
Carmem Lúcia, confessar um crime como o caixa dois de campanha eleitoral na
tribuna do Supremo como se fosse algo corriqueiro e menor é uma agressão à
sociedade. O respeito às leis precisa se tornar a base da moral de cada
cidadão. É na afirmação diária do respeito às leis que poderemos cobrar de
nossos governantes o mesmo. A ética precisa deixar de ser discurso de
diferenciação entre partidos e candidatos para se tornar pressuposto da ação
política.
O julgamento do mensalão pode ser um
marco de moralização da política e uma oportunidade para o seu resgate como
atividade fundamental de exercício da cidadania.
Depende das atitudes efetivas dos atores
envolvidos. O principal ator que pode operar reais mudanças é o cidadão no
momento do voto. É o eleitor que possui o poder de extirpar da política essas
práticas, considerando o histórico dos candidatos ao votar.
Afinal, se políticos corruptos estão no
poder é porque conseguiram conquistar votos. As pessoas precisam deixar de
apenas reclamar e agir responsavelmente. O poder não fica vago e por isso é
necessário que as pessoas resgatem a vontade de fazer a boa política e doem
parte de seu tempo para a sociedade, não só no momento do voto, mas também na
construção de partidos e alternativas.
Deputado federal (SP) e presidente do PPS
Fonte: Brasil
Econômico
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