Mokyr demonstrou como a Revolução Industrial quebrou a estagnação anterior a partir do momento em que o conhecimento científico impactou, de forma contínua e estreita, o desenvolvimento tecnológico, gerando novos produtos e arranjos produtivos. Aghion e Howitt partem do conceito da “destruição criativa”, lançado pelo genial economista austríaco Joseph Schumpeter, onde o processo de inovação frutifica em saltos de desenvolvimento, deslocando o horizonte tecnológico da produção, tornando obsoletas técnicas antigas, em contínua luta entre o velho e o novo.
Às portas de um
novo ciclo de inovação, presidido pela Inteligência Artificial e as tecnologias
digitais, o Brasil – que há décadas luta para superar a armadilha da renda
média e alterar seu status de país emergente para desenvolvido – tem o
monumental desafio de superar o gap tecnológico que nos separa das economias
avançadas e acelerar o processo de incorporação de inovações na esfera
produtiva.
O desafio cresce
de dimensão ao se considerar o estágio de nossa transição demográfica. O
desenvolvimento é fruto essencialmente da combinação de dois fatores de
produção: capital e trabalho. O IBGE já nos avisou que, a partir de 2041, a
população brasileira começará a declinar e assistirá a um veloz envelhecimento,
ou seja, menos gente produzindo. Por outro lado, a nossa poupança é baixa, os
capitais não são abundantes e o custo do dinheiro é alto, fato refletido nas
altas taxas de juros. Portanto, é imperativo aumentar a produtividade, fazer
mais e melhor com cada real investido, ampliando a riqueza gerada para cada
unidade de capital utilizada. Isto se faz com boa educação e a qualificação técnica
de nosso capital humano combinadas com desenvolvimento científico e
tecnológico.
Há muito a produtividade brasileira vive um processo de estagnação. Mas não há nenhum traço estrutural ou defeito genético que nos impeça de produzir inovações. Voltarei ao assunto falando de três experiências brasileiras de êxito, onde a tecnologia impulsionou o desenvolvimento.

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