sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Crise com centrão e PMDB pressiona Alckmin a assumir o tucanato para evitar isolamento em 2018

Painel / Folha de S. Paulo

Salva-te a ti mesmo A crescente indisposição do centrão e do PMDB com o PSDB aumentou a pressão para que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assuma o comando do tucanato numa tentativa de salvar a própria candidatura à Presidência. Aliados do paulista avaliam que, se ele terceirizar a tarefa de construir alianças, a degradação das relações entre sua sigla e o resto da base de Michel Temer pode contaminar o processo a ponto de submetê-lo ao isolamento ou a um arco insignificante de aliados.

Passou da conta A operação do PMDB para acelerar a queda de Antonio Imbassahy (PSDB-BA) da Secretaria de Governo acabou esgarçando ainda mais as relações. Deputados tucanos a favor da reforma da Previdência avisaram que boicotariam o texto se o governo optasse pelo caminho da ingratidão.

Perde ou perde O grupo que apoia Alckmin diz que a disputa entre Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Marconi Perillo (PSDB-GO) não trará vitória. A sigla continuará dividida qualquer que seja o resultado. O cearense esteve com o governador nesta quinta (23). A expectativa é de que ele abra caminho para o paulista.

Ironia do destino Cotado para substituir Imbassahy, Carlos Marun (PMDB-MS) deu de cara com o atual ministro ao chegar no jantar em que o texto da nova Previdência foi apresentado a deputados, na quarta (22). Houve evidente desconforto.

Sem saída Aliados de Michel Temer avaliam que o imbróglio sobre a Secretaria de Governo o colocou em situação limite. Mesmo que o presidente queira poupar Imbassahy, não tem como desbancar Marun, aliado fiel no Congresso. Seria “péssima sinalização para a base”, advertem.

Cartão de visitas Novo lar de Jair Bolsonaro (RJ), o Patriota quer chegar a 2018 com uma bancada de ao menos dez deputados. Dos três representantes que a sigla tem hoje, só um deve permanecer. A recém-filiação de Bolsonaro será o principal ativo para a atração de novos quadros.

Nova cartada A defesa de Jorge Picciani entrou com um habeas corpus no STJ pedindo a soltura do presidente da Alerj. A peça ataca a Justiça Federal. Diz que o TRF tenta “reescrever a Constituição” e conclui: “Juiz não faz lei”.

Parte pelo todo Avalia-se no universo jurídico que a prisão de Régis Fichtner servirá para reforçar sua disposição em fazer delação. Ele conhece cortes do Rio e tribunais superiores como poucos.

Para todos A Câmara vai usar o pedido de vista de Dias Toffoli, do STF, para acelerar o projeto que restringe o foro aos presidentes da República, do Congresso e do Supremo. Motivo: A proposta do Legislativo também acaba com a prerrogativa no Judiciário.

Otimista Temer calcula ter hoje 275 votos a favor da nova Previdência.

No varejo A oposição vai aproveitar a desarticulação da base aliada para promover protestos contra mudanças na aposentadoria. CUT e MST já foram escalados.

Régua torta Expulsa do PMDB, Kátia Abreu (TO) diz que Geddel Vieira Lima, autor do pedido que levou à sua saída, está “preso e continua filiado sem responder a processo ético”. A senadora também ataca Temer. Atribui a ele palavra final no caso.

DNA “Ele é de fato o presidente do partido e segundo, a PF, o chefe desta organização criminosa em que se transformou a cúpula do PMDB”, diz a senadora.

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