Ontem o Banco Central revelou que, mesmo num período de forte crise e de redução do crescimento econômico, o crédito está avançando no Brasil. Em 12 meses, cresceu 16,9%. De 2005 para cá foram outros 122,0%.
E este é um segmento que tem tudo para apresentar uma substancial virada no País. Há dois dias o presidente Lula alertava que, a partir do momento em que o crédito disparar e o imposto baixar, novas condições estarão postas para o crescimento sustentado.
O primeiro passo para isso foi dado em 1994, ano do Plano Real, quando a inflação foi contida.
Nos anos seguintes, ainda no período Fernando Henrique, o governo passou a levar a sério a administração das contas públicas. Foi o momento a partir do qual o Tesouro já não precisou tomar toda a poupança disponível da economia para financiar a despesa do governo. Assim, abriu-se um espaço para o avanço do crédito. Os bancos, que aplicavam a maior parte dos seus recursos em títulos do Tesouro e haviam desaprendido seu ofício, tiveram de voltar a administrar uma alentada carteira de financiamentos.
Os juros na ponta do crédito ainda estão uma enormidade. Os levantamentos do Banco Central mostram que, no desconto de duplicatas, os juros cobrados pelos bancos estão em 40,4% ao ano e, no crédito pessoal, nos 44,7%. O tamanho do spread (diferença entre o que o banco paga pelos recursos e o que cobra por eles) continua extorsivo, de nada menos que 26,0% ao ano. Mas novidades sugerem que alguma coisa começa a mudar nessa área.
O levantamento de recursos por meio da colocação de ações pelo Banco Santander atingiu US$ 8,1 bilhões, o dobro do que havia pago pelo Banespa em 2000. Isso mostra que há mais apetite de um grande banco para disputar o filão do crédito. A concorrência terá agora de se mexer para não perder fatias de mercado e isso sugere que novos passos estejam para ser dados nesse segmento.
Também há novidades nos bancos estatais. O Banco do Brasil, por exemplo, acaba de tomar US$ 1,5 bilhão por meio do lançamento de bônus perpétuos (em geral de 10 anos) e deve alimentar as empresas brasileiras com vitamina nova.
Também se verifica uma forte disposição das empresas brasileiras de tomar recursos externos, onde os juros estão bem mais baixos. É um movimento que deverá reduzir a pressão das empresas pela oferta de crédito no mercado interno.
Tanto o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, como o vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, Ivan de Souza Monteiro, entendem que esses são movimentos muito importantes em direção ao aumento da concorrência pelo mercado de crédito no Brasil.
Se isso se confirmar, será inevitável a melhora das condições do financiamento, no alargamento dos prazos e na redução dos juros.
Para que a previsão do presidente Lula se complete, falta o governo fazer a sua parte: reduzir substancialmente as despesas públicas, gastar melhor, especialmente em infraestrutura (e não em despesas correntes), e avançar decisivamente em direção à redução da carga tributária brasileira.
Confira
Não convenceu - Depois de assegurar que só em três meses teria condições de determinar o motivo dos problemas no motor 1.0 do Gol, a Volkswagen avisou que "identificou como causa a deficiência na lubrificação".
A culpa ficou com o lubrificante "em função da ação do álcool combustível". É estranho que o mesmo produto cause problemas só em alguns motores. A Volkswagen diz, ainda, que "voltará a utilizar a especificação anterior do óleo lubrificante".
Se "voltará a utilizar" é porque o lubrificante colocado nos 300 motores trocados antes da identificação do problema continua inadequado.
Os juros na ponta do crédito ainda estão uma enormidade. Os levantamentos do Banco Central mostram que, no desconto de duplicatas, os juros cobrados pelos bancos estão em 40,4% ao ano e, no crédito pessoal, nos 44,7%. O tamanho do spread (diferença entre o que o banco paga pelos recursos e o que cobra por eles) continua extorsivo, de nada menos que 26,0% ao ano. Mas novidades sugerem que alguma coisa começa a mudar nessa área.
O levantamento de recursos por meio da colocação de ações pelo Banco Santander atingiu US$ 8,1 bilhões, o dobro do que havia pago pelo Banespa em 2000. Isso mostra que há mais apetite de um grande banco para disputar o filão do crédito. A concorrência terá agora de se mexer para não perder fatias de mercado e isso sugere que novos passos estejam para ser dados nesse segmento.
Também há novidades nos bancos estatais. O Banco do Brasil, por exemplo, acaba de tomar US$ 1,5 bilhão por meio do lançamento de bônus perpétuos (em geral de 10 anos) e deve alimentar as empresas brasileiras com vitamina nova.
Também se verifica uma forte disposição das empresas brasileiras de tomar recursos externos, onde os juros estão bem mais baixos. É um movimento que deverá reduzir a pressão das empresas pela oferta de crédito no mercado interno.
Tanto o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, como o vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, Ivan de Souza Monteiro, entendem que esses são movimentos muito importantes em direção ao aumento da concorrência pelo mercado de crédito no Brasil.
Se isso se confirmar, será inevitável a melhora das condições do financiamento, no alargamento dos prazos e na redução dos juros.
Para que a previsão do presidente Lula se complete, falta o governo fazer a sua parte: reduzir substancialmente as despesas públicas, gastar melhor, especialmente em infraestrutura (e não em despesas correntes), e avançar decisivamente em direção à redução da carga tributária brasileira.
Confira
Não convenceu - Depois de assegurar que só em três meses teria condições de determinar o motivo dos problemas no motor 1.0 do Gol, a Volkswagen avisou que "identificou como causa a deficiência na lubrificação".
A culpa ficou com o lubrificante "em função da ação do álcool combustível". É estranho que o mesmo produto cause problemas só em alguns motores. A Volkswagen diz, ainda, que "voltará a utilizar a especificação anterior do óleo lubrificante".
Se "voltará a utilizar" é porque o lubrificante colocado nos 300 motores trocados antes da identificação do problema continua inadequado.
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