• Dilma Rousseff assume sua segunda gestão, na tarde desta quinta-feira, com o desafio de superar momento marcado por investigações sobre corrupção na Petrobras, disputa por espaço do próprio partido no governo e críticas ao futuro ministério
Juliana Bublitz – Zero Hora (RS)
Depois de protagonizar a mais acirrada disputa presidencial desde a redemocratização, Dilma Rousseff assumirá o segundo mandato, na tarde desta quinta-feira, em Brasília, sob pressão. Denúncias de corrupção, fogo amigo dentro do próprio partido, manifestações de setores conservadores e críticas ao novo ministério serão alguns dos ingredientes da cerimônia de posse.
– Este é um governo que, em vez de começar em festa, vai começar em crise – diz o cientista político José Álvaro Moisés, da Universidade de São Paulo.
Se em 1º de janeiro de 2011 a petista era saudada como a primeira mulher eleita presidente do Brasil, agora o contexto é outro. As cicatrizes deixadas pela eleição, que terminou com o país cindido e uma vitória apertada, seguem abertas. Para completar, revelações da Operação Lava-Jato sobre o desvio de recursos da Petrobras assombram Brasília.
– Em certo sentido, Dilma deu uma ducha de água fria na militância. As primeiras medidas vão na contramão do que ela defendia – diz o cientista político Felipe Borba, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
PT convida para festa democrática
Na tentativa de deslegitimar a posse, protestos devem ocorrer pelo país. Para fazer frente, o PT convocou movimentos sindicais e sociais ligados ao partido para uma mobilização em favor da presidente, chamada de Marcha da Esperança. A intenção é fazer uma festa com a cantora Alcione, em Brasília. Mais de 600 ônibus são esperados.
Nas últimas semanas, os petistas trabalham para fazer da posse uma "festa da democracia brasileira".
– Nós, os petistas, e também todos aqueles que defendem um Brasil mais inclusivo, mais justo, vamos promover uma grande festa no próximo dia 1º, na posse da presidenta Dilma – disse recentemente o presidente do PT, Rui Falcão.
O dirigente completou:
– Tivemos uma vitória significativa, que teve a participação do PT, mas também de vários movimentos sociais, da juventude mulheres, negros partidos de esquerda que, embora não apoiando todas as nossas medidas, perceberam o que estava em jogo: avançar ou retroceder na linha da volta do neoliberalismo.
Já o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, tem dito que a posse terá um "caráter marcadamente político no sentido de uma disputa e de uma festa".
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