Pré-candidato diz que união entre partidos de centro é difícil
Dimitrius Dantas | O Globo
-SÃO PAULO- Três dias após se reunir com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) afastou, ontem, a possibilidade de abrir mão da pré-candidatura à Presidência em nome da união dos partidos de centro.
— Nossa candidatura está posta de forma irreversível. Não há nenhuma cogitação de recuo — disse Dias, em palestra na Federação das Associações Comerciais de São Paulo.
O tema do encontro com FH foi a possível união das pré-candidaturas de Dias, Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). De acordo com o senador, a conversa consistiu em uma análise de conjuntura, e o ex-presidente não pediu a ele que desistisse de concorrer ao Palácio do Planalto.
— Dificilmente haverá uma convergência dos chamados candidatos do centro democrático e reformista — afirmou o pré-candidato do Podemos.
A saída de Alvaro Dias é vista no PSDB como essencial para os planos de Alckmin. Ex-governador do Paraná, Dias varia entre 3% e 4% nas pesquisas de intenção de voto, índice que vem sobretudo da Região Sul. Na análise dos tucanos, são eleitores que tradicionalmente seriam do PSDB.
O senador destacou que não tem interesse em deixar de apresentar seu nome e refutou que a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), esteja negociando um apoio do partido a outro pré-candidato.
— Os que viverem verão que nós estaremos nas urnas no dia 7 de outubro (data do primeiro turno). É bom não perderem mais tempo e não gastarem mais tinta nem papel, porque será em vão — reforçou.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Dias citou a necessidade de aglutinar forças, mas apresentou a sua candidatura como foco de uma possível convergência. Questionado sobre impostos, prometeu diminuir a carga tributária, o que, para ele, levaria à diminuição da sonegação e a um possível aumento das receitas. Sem citar adversários, ele afirmou que “quem nunca foi cogitado para ser síndico de seu prédio não pode ser cotado para a Presidência da República”.
Durante a palestra, Dias defendeu o que chamou de “rompimento com o sistema político atual”. Senador há quase vinte anos, ele afirmou que quer “refundar a República” e acabar com os privilégios dos políticos. De acordo com o site do Senado, o primeiro mandato eletivo de Dias começou em 1969, como vereador.
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