Para
Bolsonaro, é melhor atrapalhar Doria do que imunizar a população do país
A
"vacina inglesa do Bolsonaro" (Oxford/AstraZeneca) não é nenhuma
maravilha. Registrou só 70% de
eficácia na melhor interpretação dos dados do estudo de fase 3.
Já os resultados da "vacina chinesa do Doria" (Coronavac) devem ser
divulgados nos próximos dias.
Por
não ter chutado um pênalti para fora, João Doria está na frente de Jair
Bolsonaro na disputa, mas não há nenhuma certeza de que sua vacina será
certeira. O padrão-ouro em imunização contra a Covid-19 é, por ora, o das
vacinas da Pfizer e da Moderna, que conferiram em torno de 95% de proteção nos
ensaios clínicos.
O governo federal, que apostara todas as fichas no imunizante da Oxford, não adquiriu nenhuma dose do produto da Moderna e tenta agora um acordo de última hora com a Pfizer, mas dificilmente conseguiremos um lote para logo. Outros países foram mais rápidos. O Canadá, por exemplo, fez tantos acordos que já computa dez doses de imunizantes para cada habitante.
O
Brasil também deixou de fazer a lição de casa num item muito mais básico, que é
a compra de seringas,
agulhas etc., coisas que sabíamos serem necessárias qualquer
que fosse o imunizante a utilizar, mas que o ministro da Saúde especializado em
logística preferiu ignorar.
O
problema é que Bolsonaro só consegue ver o mundo sob a chave "no que isso
beneficia a mim e à minha família?" e, por esse critério, é mais urgente
atrapalhar o governador paulista do que imunizar a população brasileira.
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