Estado tem seis municípios entre os dez com maior concorrência
Juliana Castro
Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que, entre as dez cidades com disputa mais acirrada para as câmaras municipais, seis são do Estado do Rio. Para ser eleito vereador na capital fluminense, os candidatos terão que enfrentar o segundo "vestibular" mais difícil do país: são 32 aspirantes para cada uma das 51 cadeiras, atrás apenas de Guarulhos. No último pleito, eram 23 por vaga.
Três municípios da Baixada Fluminense estão na lista: Nova Iguaçu (3ª posição), Belford Roxo (7ª) e Duque de Caxias (9ª). São Gonçalo, na Região Metropolitana, aparece com a quinta maior relação candidato-vaga, e Campos, no Norte Fluminense, fecha o ranking. Nestas cidades, fica entre 26 e 31 o número de concorrentes por cadeira. O salário bruto do vereador nos municípios citados na listagem pode variar entre R$ 9,2 mil e R$ 15 mil. No ranking dos 30 municípios com disputa mais acirrada nas eleições proporcionais deste ano, o Rio também lidera, com nove cidades na lista, contra oito de São Paulo.
- O sistema político do Rio é mais competitivo porque é mais plural que na maioria dos estados. Em São Paulo, PT e PSDB têm uma polarização que diminui competitividade do sistema político. Com isso, o número de candidatos diminui - explica o diretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio (Iuperj), Geraldo Tadeu Monteiro.
O levantamento da CNM com base no sistema do Tribunal Superior Eleitoral mostra ainda que, em todo o Brasil, quase 433 mil candidatos concorrem a 57,4 mil vagas de vereador. O PMDB é o partido com o maior número de políticos na disputa (41,5 mil), seguido pelo PT (39,6 mil) e PSDB (32,8 mil).
Os candidatos a vereador podem até enfrentar uma relação candidato-vaga parecida com a do vestibular, mas o método de classificação é bem mais complexo. Não basta estar entre os mais votados para se eleger. Terminada a apuração, a Justiça Eleitoral calcula o quociente eleitoral, ou seja, divide o número de votos válidos (que excluem os brancos e nulos) pelo número de cadeiras. A partir daí, é calculado um outro quociente, o partidário. Trata-se da divisão do número de votos válidos do partido ou da coligação pelo quociente eleitoral. Da conta, sai a quantidade de cadeiras que cada legenda terá direito. Se uma sigla tem quociente partidário cinco, estarão eleitos os cinco mais votados deste partido ou coligação.
Muitas siglas optam por lançar puxadores de voto. Eles obtêm votação significativa e fazem com que a legenda tenha um alto quociente partidário, ajudando a eleger companheiros de partido com votação menor, mas que ganham a vaga porque a legenda conseguiu um índice alto.
FONTE: O GLOBO
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