Aliado de tucano diz que caso é mais grave que assassinatos, e que São Paulo
não deve entregar prefeitura a mensaleiros
Coordenador de Haddad afirma que partido reagirá levando à TV temas como
compra de votos no governo FHC
Paulo Gama, Daniela Lima, Luiza Bandeira e Bernardo Mello Franco
SÃO PAULO - O PPS formalizou ontem seu apoio à candidatura de José Serra
(PSDB) a prefeito de São Paulo com duros ataques ao PT do rival Fernando
Haddad. Em ato no comitê tucano, o presidente do partido, Roberto Freire, disse
que o mensalão é mais grave que um assassinato e que São Paulo "não deve
entregar a prefeitura a mensaleiros".
A campanha petista afirmou que reagirá aos ataques sobre o assunto levando à
TV temas sensíveis aos tucanos, como o mensalão mineiro, as privatizações e a
compra de votos a favor da emenda da reeleição no governo FHC.
Ao lado de Serra e de Soninha Francine, candidata do PPS derrotada no
primeiro turno, Freire disse que o julgamento do mensalão entrará para a
história ao lado do suicídio de Getúlio Vargas (1954) e do impeachment de
Fernando Collor (1992).
"Agora não existe mais presunção de inocência, existem criminosos que
roubaram dinheiro público. [...] É um crime que causa talvez mais mal do que
pode causar para uma família o assassinato de uma pessoa", disse.
Serra voltou a dizer que o julgamento do caso representa "o começo do
fim da impunidade" no Brasil.
As declarações foram dadas no dia seguinte à condenação dos principais réus
petistas no processo.
Mais cedo, em ato de campanha, Haddad tentou se desvincular das condenações
e cobrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue o mensalão mineiro
imediatamente. "Até para que mantenha sua condição de
imparcialidade", justificou.
O petista disse também que o STF deve usar a jurisprudência construída neste
julgamento para "passar em revista a origem de tudo". "Tudo
começou com o PSDB de Minas Gerais", afirmou.
Haddad fazia referência ao chamado mensalão mineiro, relativo à campanha de
Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998, que ainda não foi julgado.
O coordenador da campanha de Haddad, Antonio Donato, disse que o PT deve
reagir com escândalos do governo FHC quando a propaganda eleitoral for
retomada. "Vamos fazer o debate ético por inteiro. Eles têm muitas
explicações para dar."
Fonte: Folha de S. Paulo
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