Janaina LageSucursal do Rio
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Na comparação com fevereiro de 2008, nível de vagas no setor teve a maior queda desde o início da série, em 2001
Crescimento de 1,9% na folha de pagamento das empresas, segundo o IBGE, é consequência dos gastos relacionados às demissões
O nível de emprego industrial registrou queda de 1,3% em fevereiro na comparação com janeiro. O resultado representa o quinto mês seguido de taxas negativas. Segundo especialistas, os dados de fevereiro indicam que 2009 será um ano de corte de vagas no setor.
Ante fevereiro de 2008, o emprego industrial teve queda de 4,2%. Trata-se do pior resultado desde o início da série histórica, em 2001. "Essa queda reflete os efeitos da crise e a base alta de comparação. Em fevereiro de 2008, a economia estava aquecida e a indústria estava na fase de contratações", diz Ariadne Vitoriano, analista da consultoria Tendências.
Para Isabella Nunes, do IBGE, os resultados mostram que a reação da indústria no começo do ano não surtiu efeito sobre o mercado de trabalho.
"O movimento de corte de vagas atingiu 13 dos 14 locais pesquisados. As maiores pressões vieram de São Paulo, Minas Gerais e Centro-Oeste. A crise atingiu a maior parte dos setores, principalmente meios de transporte e máquinas e equipamentos." Somente em São Paulo, a queda no nível de emprego industrial foi de 3,6% em relação a igual mês de 2008.
De acordo com cálculos do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), desde outubro o nível de emprego na indústria caiu 5,2%. "Se a política econômica do governo brasileiro não agir de forma mais rápida e eficaz para a recuperação do crédito e do ânimo dos consumidores, o emprego industrial no país poderá sofrer, infelizmente, forte revés em 2009", diz o Iedi.
Em fevereiro, houve reação da folha de pagamento, com alta de 1,9% em relação a janeiro, após quatro meses seguidos de queda nesse tipo de comparação. Apesar disso, Nunes avalia que o aumento está mais relacionado ao pagamento de demissões e indenizações do que a uma melhora do mercado.
O indicador de horas pagas teve a maior queda desde o início da série, de 5,7% em relação a fevereiro de 2008. Na comparação com janeiro, o recuo foi de 0,4%.
Tradicionalmente, o primeiro passo para a ampliação da mão de obra é o aumento do número de horas pagas. O empresário tende a pagar mais horas extras antes de optar pela contratação de funcionários.
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