quinta-feira, 19 de março de 2015

Emprego com carteira assinada cai em fevereiro ao pior nível em 16 anos

• No mês passado, quase 2,5 mil postos de trabalhos formais foram fechados

Danilo Fariello – O Globo

BRASÍLIA - O mês de fevereiro foi o pior em ritmo de criação de empregos formais no país em 16 anos, segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No mês passado, foram fechados 2.415 postos de trabalhos formais no país. No ano passado, para o mesmo mês, haviam sido criadas 260 mil novas vagas. O resultado é o pior, em meses de fevereiro, desde 1999, quando foram fechadas 78 mil vagas, na esteira da crise internacional que teve início em 1998.

Pelo terceiro mês consecutivo, o nível de vagas fechadas superou a de ocupações criadas. No acumulado do ano verifica-se, até agora, uma queda de 80.732 vagas formais no país.

Os setores que mais encolheram em postos de trabalho no último mês foram construção civil e comércio. No caso da construção civil, o mês de fevereiro teve fechamento de 25,8 mil vagas. Em comércio, foram 30,3 mil empregos formais encerrados. Os piores meses desde 1992, histórico apresentado pelo MTE em entrevista coletiva.

A unidade da federação que mais perdeu empregos foi o Rio, com 11.101 vagas fechadas, no saldo líquido, ou uma redução de 0,3% do número de empregos formais. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, reconheceu que a situação da Petrobras e a operação Lava-Jato influenciaram a conjuntura dos trabalhadores fluminenses. Ele lembrou que esteve recentemente no Rio para negociar com empregados terceirizados da empresa saídas para greves e demissões.

— Contratos da Petrobras com empresas estão em pleno vigor e em execução, mas há empresas terceirizadas com problemas. Certamente, nesse primeiro momento, a questão do Lava Jato influenciou em redução de empregos. A própria Petrobras, que tinha previsão de investimento de R$ 50 bilhões, previu redução de 20% para se readequar.

Impactos da situação da Petrobras se espalham em outras regiões do país, como por exemplo, em Pernambuco, disse Dias. O MTE está fazendo um levantamento sobre os efeitos da Lava Jato na situação do emprego em âmbito nacional, comentou o ministro, sem indicar data para a conclusão desse estudo.

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