• Análise do Instituto Teotônio Vilela, braço de formulação política do PSDB, faz duras críticas à presidente e sugere que ela pode sofrer impeachment
José Roberto Castro - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Uma análise do Instituto Teotônio Vilela, braço de formulação política do PSDB, sugere que a presidente Dilma Rousseff sofrerá impeachment. Em documento que comenta a queda de popularidade de Dilma, o ITV escreve que "os brasileiros têm motivos de sobra para detestar a petista cada vez mais".
"Diante do quadro atual de descontrole e descalabro e da erosão de popularidade, Fernando Collor que se cuide. Dilma Rousseff caminha para lhe fazer companhia como presidente da República que teve que deixar o Palácio do Planalto pela porta dos fundos, execrada pelos brasileiros", afirma o Instituto. Collor sofreu impeachment pelo Congresso Nacional em 1992, menos de três anos após tomar posse. A nota só cita a palavra impeachment para se referir a Collor.
Mais cedo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou que "o processo de impeachment se dá pela ingovernabilidade e não necessariamente pelo cometimento de um crime". "Hoje ela (Dilma) tem legalidade para governar, mas ainda não tem como prever de antemão como será o processo político, o que vai aparecer na Operação Lava Jato. Não digo que envolva ela diretamente, mas pode envolver mais gente do PT e de outros partidos", disse o tucano.
Antes de falar sobre um possível impeachment de Dilma, o ITV chama o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, de patético e diz que a tese do PT que a insatisfação com o governo está na oposição é "furada". "A grita é ampla, geral e irrestrita, alimentada pelos sentimentos de frustração, de desalento e de revolta", afirma o documento.
O ITV cita ainda o relatório da Secretaria de Comunicação da Presidência obtido nessa terça com exclusividade pelo Estado que afirma que desde as eleições 32% dos eleitores de Dilma mudaram de opinião negativamente sobre o governo. O braço de formulação política dos tucanos acusa a Secom de sugerir "gastar mais dinheiro público com publicidade".
"Como o que os petistas mais gostam é de desviar dinheiro pago pelo contribuinte, é fratricida no governo a briga para transferir para a mão de petistas a verba a ser despejada na publicidade oficial. Quem criou o mensalão e o petrolão entende do assunto…", diz.
A nota, publicada no site do PSDB, não é assinada. O presidente do ITV é o ex-deputado capixaba Luiz Paulo Vellozo Lucas, que comanda também o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo.
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