O Estado de S. Paulo.
De olho na eleição, Bolsonaro avalia novas ‘bondades’, como a correção da tabela do IR
A redução da distância nas pesquisas
eleitorais entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair
Bolsonaro deu fôlego para ativar novas “bondades” eleitorais, que devem sair da
gaveta nas próximas semanas.
A correção da tabela do Imposto de Renda da
Pessoa Física (IRPF), promessa de campanha de Bolsonaro e Fernando Haddad em
2018, é uma delas.
O governo ainda pode isentar do pagamento
de IPI os mototaxistas, público que apoia o presidente.
A redução do Imposto de Renda das empresas também entrou no radar, como antecipou o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, que já faz planos para 2023 e falou abertamente, em evento promovido pelo Bradesco, numa plataforma de política econômica para um eventual segundo mandato do presidente Bolsonaro, como reforma tributária, atração de investimentos europeus para o setor de energia limpa, principalmente eólica, e o mercado de carbono.
O cenário mudou com a guerra da Ucrânia, e
o governo põe na conta que o Brasil será muito favorecido com apoio dos
europeus por conta da necessidade da Europa de garantir segurança energética e
alimentar.
Tudo está na mesa e vem sendo proporcionado
pelo aumento de arrecadação do governo, que nada garante que vai permanecer
robusta como agora, quando tem sido influenciada positivamente por uma série de
fatores, como alta de combustíveis e da inflação.
É justamente o contrário do que os adversários
do presidente nas eleições deste ano, equivocadamente, esperavam, e que
estavam, nos últimos meses, contando com a piora da economia e da inflação para
diminuir a popularidade.
Em contraponto ao cenário de alta de
preços, o presidente vai focar num saco amplo de bondades amplas, como é o caso
do IRPF, e outras medidas pontuais, como isenções.
O cerco chega até mesmo em públicos como
mulheres e catadores de lixo para reciclagem, público de Lula.
Uma regulamentação vai sair do papel
permitindo um benefício de R$ 200 a R$ 300 para catadores como lançamento do
novo mercado de crédito de reciclagem.
No Auxílio Brasil, o programa social com a
marca de Bolsonaro, que garante no mínimo R$ 400 para todos os beneficiados, o
alvo agora é trocar 10 milhões de cartões o mais rapidamente. Os antigos com o
nome Bolsa Família, criado por Lula, serão substituídos.
É a Esplanada dos Ministérios a todo vapor. Com essa máquina, não dá para subestimar a força do presidente.
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