DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Objetivo é aproveitar presença de líder no país para constranger regime
Jamil Chade
A oposição iraniana planeja aproveitar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Teerã, em maio, para realizar um grande protesto contra o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad. A iniciativa foi confirmada ao Estado por opositores que conseguiram fugir para a Europa nos últimos meses.
Para dirigentes do movimento verde - como ficou conhecido o grupo liderado pelo candidato oposicionista Mir Houssein Mousavi, derrotado por Ahmadinejad nas eleições presidenciais de junho, cujo resultado afirma ter sido fraudado -, a viagem do presidente brasileiro seria uma oportunidade única para constranger o regime.
"Estamos planejando um protesto para mostrar ao mundo que queremos democracia e liberdade de expressão", disse a líder feminista iraniana Shadi Sadr, presa em julho em Teerã e acusada de ser "agente do Ocidente" por defender os direitos das mulheres.
Vivendo agora na Europa, ela indica que movimentos sociais começam a se mobilizar para a visita de Lula. "Se o Brasil é um país democrático, vai entender o nosso protesto", indicou outro ativista, que prefere não se identificar.
A ativista iraniana e prêmio Nobel da paz de 2003, Shirin Ebadi, alertou que Lula estaria "violando os princípios democráticos" se não promovesse reuniões com a oposição em Teerã. Ela poderá visitar o Brasil exatamente na semana em que Lula estiver no Irã.
A oposição, porém, sabe que o governo de Teerã deverá tomar todas as precauções para "blindar" seu convidado de honra. Teerã insiste que muitos dos pessoas que o Ocidente identifica como oposição são, na realidade, "terroristas".
A viagem de Lula - a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro ao Irã - vem chamando a atenção da comunidade internacional por causa da crise nuclear entre o Irã e o Ocidente.
Na Europa, governos não escondem que o Brasil deveria rever a viagem. Nos Estados Unidos, o pedido claro é de que, se a visita ocorrer, a agenda terá de tratar de direitos humanos.
O Itamaraty ainda considera a conveniência de promover a viagem, o que seria ainda uma retribuição à visita de Ahmadinejad ao Brasil no ano passado.
No Brasil, o iraniano ouviu de Lula pelo menos uma preocupação em termos de direitos humanos: a situação vivida pela minoria religiosa bahai no Irã. Mas a possibilidade de o brasileiro ter encontros com líderes da oposição seria algo que Teerã não estaria disposta a aceitar, segundo revelou ao Estado um fonte do governo iraniano.
Nos dias após a eleição de 2009, Lula comparou os protestos da oposição a torcedores de futebol que estariam descontentes com o resultado de sua equipe. Depois, insinuou que os manifestantes eram perdedores que não se conformavam com o resultado.
Objetivo é aproveitar presença de líder no país para constranger regime
Jamil Chade
A oposição iraniana planeja aproveitar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Teerã, em maio, para realizar um grande protesto contra o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad. A iniciativa foi confirmada ao Estado por opositores que conseguiram fugir para a Europa nos últimos meses.
Para dirigentes do movimento verde - como ficou conhecido o grupo liderado pelo candidato oposicionista Mir Houssein Mousavi, derrotado por Ahmadinejad nas eleições presidenciais de junho, cujo resultado afirma ter sido fraudado -, a viagem do presidente brasileiro seria uma oportunidade única para constranger o regime.
"Estamos planejando um protesto para mostrar ao mundo que queremos democracia e liberdade de expressão", disse a líder feminista iraniana Shadi Sadr, presa em julho em Teerã e acusada de ser "agente do Ocidente" por defender os direitos das mulheres.
Vivendo agora na Europa, ela indica que movimentos sociais começam a se mobilizar para a visita de Lula. "Se o Brasil é um país democrático, vai entender o nosso protesto", indicou outro ativista, que prefere não se identificar.
A ativista iraniana e prêmio Nobel da paz de 2003, Shirin Ebadi, alertou que Lula estaria "violando os princípios democráticos" se não promovesse reuniões com a oposição em Teerã. Ela poderá visitar o Brasil exatamente na semana em que Lula estiver no Irã.
A oposição, porém, sabe que o governo de Teerã deverá tomar todas as precauções para "blindar" seu convidado de honra. Teerã insiste que muitos dos pessoas que o Ocidente identifica como oposição são, na realidade, "terroristas".
A viagem de Lula - a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro ao Irã - vem chamando a atenção da comunidade internacional por causa da crise nuclear entre o Irã e o Ocidente.
Na Europa, governos não escondem que o Brasil deveria rever a viagem. Nos Estados Unidos, o pedido claro é de que, se a visita ocorrer, a agenda terá de tratar de direitos humanos.
O Itamaraty ainda considera a conveniência de promover a viagem, o que seria ainda uma retribuição à visita de Ahmadinejad ao Brasil no ano passado.
No Brasil, o iraniano ouviu de Lula pelo menos uma preocupação em termos de direitos humanos: a situação vivida pela minoria religiosa bahai no Irã. Mas a possibilidade de o brasileiro ter encontros com líderes da oposição seria algo que Teerã não estaria disposta a aceitar, segundo revelou ao Estado um fonte do governo iraniano.
Nos dias após a eleição de 2009, Lula comparou os protestos da oposição a torcedores de futebol que estariam descontentes com o resultado de sua equipe. Depois, insinuou que os manifestantes eram perdedores que não se conformavam com o resultado.
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