DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Larissa Guimarães
Larissa Guimarães
BRASÍLIA - A renda per capita das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família não é suficiente para que elas cruzem a linha de extrema pobreza (R$ 70) no Norte e no Nordeste.
Juntas, essas regiões representam cerca de 60% do total de famílias abarcadas pelo programa, cujo benefício pode variar de R$ 22 a R$ 200 mensais por família.
O corte de R$ 70 para estabelecer extrema pobreza é definido pelo Ministério de Desenvolvimento Social, com base em cruzamento de dados do IBGE e do Ipea.
No Norte, a renda por pessoa fica em R$ 66,20 e, no Nordeste, chega a R$ 65,20, de acordo com um estudo apresentado ontem pelo ministério, com dados de 2009.
O programa atinge cerca de 12,4 milhões de famílias no país -metade delas está no Nordeste. Nessa região, o Bolsa Família representa, em média, um aumento de 63% na renda per capita.
Nas demais regiões do país, a renda per capita das famílias que participam do programa fica acima de R$ 80, quando somado o valor do benefício. O valor pago varia de R$ 85,07 (Sul) a R$ 82,27 (Sudeste) ao mês.
INDICADORES
A ministra de Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, afirmou que o benefício é uma complementação, e não uma substituição da renda.
Ela citou que 77% das famílias beneficiárias trabalham, em empregos formais ou informais. "O projeto tem impacto direto na vida das famílias porque transfere renda", disse a ministra.
O estudo "Perfil das famílias beneficiárias do Bolsa Família" aponta melhora nas condições de vida dos atendidos pelo programa em relação a dados de 2007, quando foi feita a pesquisa anterior.
A proporção de analfabetos entre os responsáveis pelas famílias beneficiárias caiu de 17,3% para 13,1%.
O estudo também apontou avanços em relação à escolaridade. Em 2007, 13,2% dos chefes de família tinham completado o ensino médio. Em 2009, eram 17,6%.
Houve melhora, ainda, nos serviços básicos. Quase 70% tinham coleta de lixo de 2009, contra 66% em 2007.
A ministra disse que o Bolsa Família deverá cumprir a meta de chegar a 12,9 milhões de famílias até o fim do ano. Desde 2003, cerca de 4,7 milhões de famílias já saíram do programa.
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