DEU EM O GLOBO
Diante de impasse em Minas, peemedebistas ameaçam adiar convenção nacional
Maria Lima
BRASÍLIA. Pegou fogo a reunião do conselho político da campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, ontem à noite. Foi a reunião mais tensa desde a criação do conselho, do qual participam representantes dos partidos aliados. Com trocas de farpas e discussão acirrada, os peemedebistas avisaram que não abrem mão da candidatura do senador Hélio Costa a governador de Minas. E disseram que, se a chapa com o apoio do PT não for definida até dia 7, a convenção nacional do PMDB para formalizar a coligação para apoiar Dilma, prevista para o dia 12, pode ser adiada.
Na presença do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, todos reclamaram também da lentidão na liberação de recursos de convênios e emendas. O PMDB foi com um time de peso composto pelo senador Renan Calheiros(AL), os deputados Eunício Guimarães (CE), Eduardo Cunha (RJ) e Antonio Andrade (MG), presidente do diretório do PMDB mineiro.
O caso de Minas foi o mais difícil, mas, segundo um dos presentes, ficaram sem solução os impasses do Pará, do Paraná e do Ceará. Antonio Andrade disse que os diretórios do PT e PMDB mineiros vão fazer uma última tentativa de acordo em reunião domingo. Mas, se não houver decisão, o caso será resolvido em Brasília, dia 7. Tanto para o comando do PT quanto do PMDB, o ex-prefeito Fernando Pimentel é quem está impedindo a solução do impasse.
“Sem solução, pode nem haver convenção” Os peemedebistas presentes jogaram duro e ameaçaram adiar a convenção.
— Minas é um problema sério.
Sem solução, pode nem ter convenção — ameaçou um dos peemedebistas presentes.
— Patrus, que tem 48% do diretório do PT mineiro, está calmo.
Mas Pimentel, que controla 52%, está tensionando muito — admitiu o presidente do PT, José Eduardo Dutra, segundo um dos presentes.
Antonio Andrade disse que ficou combinado que seriam feitas duas pesquisas qualitativas e quantitativas, pelos institutos Ibope e Sensus, para ver quem teria mais condições de disputar o governo: Hélio Costa ou Pimentel.
E que o PT prometeu respeitar o resultado.
— É só cumprir o combinado.
Quem não cumprir, estará rompendo o acordo — disse.
Mas Cunha afirmou que, independentemente das pesquisas, o PMDB não abrirá mão da candidatura de Costa em Minas: — A pesquisa é para ajudar o consenso, mas não mudamos nossa posição de manter o Hélio.
E, se não resolver isso até a convenção, podemos adiá-la.
Outro ponto de atrito foi com Eunício Guimarães, desta vez por causa de outro Pimentel, o ex-ministro da Previdência. Dutra e Padilha teriam sinalizado que vão manter a indicação de José Pimentel na chapa do governador Cid Gomes para o Senado, o que inviabilizaria a indicação de Eunício.
— Não tem esse negócio do Cid Gomes escolher o candidato ao Senado — teria dito Dutra.
Eunício então perdeu a paciência, segundo relatos.
— Sempre ajudei o PT. Em 2006, abri mão de ser candidato e depois ajudei a eleger a Luizianne Lins. Agora chegou a vez de o PT me ajudar — reagiu Eunício, que teve de ser acalmado pelo senador Gim Argelo (DF).
Na reunião , segundo o deputado Sandro Mabel (PR-GO), se discutiu arranjo para abrigar o senador Marcelo Crivella (PRBRJ) na chapa do ex-governador Anthony Garotinho. Sem espaço com o governador Sérgio Cabral, a saída seria a composição com Garotinho para garantir a legenda com o PR.
Na reunião, os integrantes do Conselho Político da campanha de Dilma praticamente jogaram a toalha em relação a possibilidade de o PP formalizar o apoio a Dilma e lhe garantir mais de um minuto no tempo de TV. A esperança era que, com a subida da pré-candidata nas pesquisas, o partido se decidisse. Mas o ex-líder Mário Negromonte jogou um balde de água fria nessa pretensão. Disse que o partido ainda estava fazendo consultas, e que sequer tinha marcado convenção nacional. Segundo Eduardo Cunha, apesar de Negromonte defender a coligação com Dilma, ele não tem capilaridade no partido
Diante de impasse em Minas, peemedebistas ameaçam adiar convenção nacional
Maria Lima
BRASÍLIA. Pegou fogo a reunião do conselho político da campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, ontem à noite. Foi a reunião mais tensa desde a criação do conselho, do qual participam representantes dos partidos aliados. Com trocas de farpas e discussão acirrada, os peemedebistas avisaram que não abrem mão da candidatura do senador Hélio Costa a governador de Minas. E disseram que, se a chapa com o apoio do PT não for definida até dia 7, a convenção nacional do PMDB para formalizar a coligação para apoiar Dilma, prevista para o dia 12, pode ser adiada.
Na presença do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, todos reclamaram também da lentidão na liberação de recursos de convênios e emendas. O PMDB foi com um time de peso composto pelo senador Renan Calheiros(AL), os deputados Eunício Guimarães (CE), Eduardo Cunha (RJ) e Antonio Andrade (MG), presidente do diretório do PMDB mineiro.
O caso de Minas foi o mais difícil, mas, segundo um dos presentes, ficaram sem solução os impasses do Pará, do Paraná e do Ceará. Antonio Andrade disse que os diretórios do PT e PMDB mineiros vão fazer uma última tentativa de acordo em reunião domingo. Mas, se não houver decisão, o caso será resolvido em Brasília, dia 7. Tanto para o comando do PT quanto do PMDB, o ex-prefeito Fernando Pimentel é quem está impedindo a solução do impasse.
“Sem solução, pode nem haver convenção” Os peemedebistas presentes jogaram duro e ameaçaram adiar a convenção.
— Minas é um problema sério.
Sem solução, pode nem ter convenção — ameaçou um dos peemedebistas presentes.
— Patrus, que tem 48% do diretório do PT mineiro, está calmo.
Mas Pimentel, que controla 52%, está tensionando muito — admitiu o presidente do PT, José Eduardo Dutra, segundo um dos presentes.
Antonio Andrade disse que ficou combinado que seriam feitas duas pesquisas qualitativas e quantitativas, pelos institutos Ibope e Sensus, para ver quem teria mais condições de disputar o governo: Hélio Costa ou Pimentel.
E que o PT prometeu respeitar o resultado.
— É só cumprir o combinado.
Quem não cumprir, estará rompendo o acordo — disse.
Mas Cunha afirmou que, independentemente das pesquisas, o PMDB não abrirá mão da candidatura de Costa em Minas: — A pesquisa é para ajudar o consenso, mas não mudamos nossa posição de manter o Hélio.
E, se não resolver isso até a convenção, podemos adiá-la.
Outro ponto de atrito foi com Eunício Guimarães, desta vez por causa de outro Pimentel, o ex-ministro da Previdência. Dutra e Padilha teriam sinalizado que vão manter a indicação de José Pimentel na chapa do governador Cid Gomes para o Senado, o que inviabilizaria a indicação de Eunício.
— Não tem esse negócio do Cid Gomes escolher o candidato ao Senado — teria dito Dutra.
Eunício então perdeu a paciência, segundo relatos.
— Sempre ajudei o PT. Em 2006, abri mão de ser candidato e depois ajudei a eleger a Luizianne Lins. Agora chegou a vez de o PT me ajudar — reagiu Eunício, que teve de ser acalmado pelo senador Gim Argelo (DF).
Na reunião , segundo o deputado Sandro Mabel (PR-GO), se discutiu arranjo para abrigar o senador Marcelo Crivella (PRBRJ) na chapa do ex-governador Anthony Garotinho. Sem espaço com o governador Sérgio Cabral, a saída seria a composição com Garotinho para garantir a legenda com o PR.
Na reunião, os integrantes do Conselho Político da campanha de Dilma praticamente jogaram a toalha em relação a possibilidade de o PP formalizar o apoio a Dilma e lhe garantir mais de um minuto no tempo de TV. A esperança era que, com a subida da pré-candidata nas pesquisas, o partido se decidisse. Mas o ex-líder Mário Negromonte jogou um balde de água fria nessa pretensão. Disse que o partido ainda estava fazendo consultas, e que sequer tinha marcado convenção nacional. Segundo Eduardo Cunha, apesar de Negromonte defender a coligação com Dilma, ele não tem capilaridade no partido
Nenhum comentário:
Postar um comentário