Texto dúbio favorece nova aliança de petistas e tucanos mineiros
BRASÍLIA. No caso da oposição, o PT diz explicitamente que "PSDB, DEM e PPS são adversários" e proíbe a construção de chapas de prefeito e vice com esses partidos. "Nossos adversários serão agremiações que representam o bloco conservador, formado por PSDB, DEM e PPS, com os quais não formaremos chapas", diz o documento.
O texto abre brechas para acertos de problemas regionais, como em Belo Horizonte (MG), onde PT e PSDB têm caminhado juntos. E proíbe coligações com esses partidos em chapas, mas não proíbe explicitamente alianças proporcionais, ou seja, para vereador.
O PT de Minas Gerais comemorou o texto dúbio, batizado de "emenda BH". Os petistas mineiros conseguiram impedir a votação de uma emenda que proibia explicitamente alianças nas chapas e nas coligações.
Para o presidente do PT de Minas, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), isso permite que, em Minas, eles façam alianças informais ou coligações proporcionais com tucanos, desde que a chapa não tenha nome de prefeito ou vice do PSDB.
- Na chapa, não pode. O que está expresso é que prefeito ou vice não podem ser desses partidos (PSDB, DEM e PPS), mas aceita apoio - disse Lopes.
O entendimento dele é contestado. O líder do PT no Senado, Humberto Costa, disse que a resolução é clara ao dizer "nossos adversários são DEM, PSDB e PPS".
- Nossas alianças são com partidos que compõem a base do governo - ressaltou Costa.
A questão do PSD, cuja proibição foi proposta por Valter Pomar, membro da direção do PT e da tendência Articulação de Esquerda, será decidida pelo Diretório Nacional.
- A política de alianças não piorou, mas não houve melhora - disse Pomar.
O PT limitou o direito de seus filiados de disputar eleições seguidas. Os petistas obedecerão a um rodízio e só poderão exercer três mandatos seguidos de deputado federal, estadual ou vereador. Já os senadores só poderão exercer dois mandatos consecutivos. A nova regra começará a ser aplicada em 2014. Com isso, parlamentares que teriam candidaturas barradas por já terem superado o limite fixado - como o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), no terceiro mandato, e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), no quinto - não serão prejudicados.
FONTE: O GLOBO
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