Em 1989, o então presidente da Fiesp, Mário Amato, afirmou que, caso Lula fosse eleito presidente, "uns 800 mil empresários" deixariam o país. O setor produtivo paulista ainda é refratário ao PT, mas, segundo um senador que transita bem no meio, a Fiesp não tem o peso político de antes. "O presidente atual é Paulo Skaf, que está interessado na candidatura ao governo de São Paulo. A Fiesp virou uma entidade político-partidária", disse o parlamentar.
A mesma dúvida recai sobre a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), presidida pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Para o governo, ela é a garantia de que parte do agronegócio apoiará a reeleição de Dilma, em uma negociação semelhante à que aproximou Blairo Maggi (PR-MT) do ex-presidente Lula, em 2006. "Mas tenho dúvidas se ela tem capacidade para indicar um rumo para o setor", comentou um integrante da bancada ruralista.
Outros setores, como o comércio, também não têm um candidato ideal. E os bancos, que nas contas dilmistas são avessos à presidente, podem ter dinheiro, mas, na visão de políticos experientes, não têm tanta força política para decidir uma eleição. "Eles odeiam o PT. Podem apoiar o PSDB se o candidato for Aécio. Se os tucanos escolherem Serra, o diálogo também estará suspenso", completou um parlamentar ouvido pelo Correio.
Para o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), esse não é o momento de discutir financiamento, mas de apresentar propostas. "Os empresários estão em busca de projetos que garantam retorno a longo prazo", disse. Para o deputado Duarte Nogueira, presidente do diretório do PSDB-SP, os tucanos levam vantagem nessa disputa. "Os empresários sabem que, mais do que projetos, os governos do PSDB dão estabilidade jurídica e abrem possibilidades de parceria com o setor público", completou. (PTL e LK)
Fonte: Correio Braziliense
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