- Folha de S. Paulo
Não é razoável e responsável pedir o impeachment de uma presidente recém-reeleita, muito menos brincar com fogo defendendo a volta da ditadura militar. Protestar e cobrar, sim. Flertar com golpismos, definitivamente, não.
Como bem disse uma nota da Rede Sustentabilidade, da Marina Silva, isso só pode ser coisa de "setores minoritários e extravagantes". Quem eles pensam que estão ajudando? Nem o país, nem a democracia, certamente não os partidos de oposição e muitíssimo menos Aécio Neves ou qualquer outro tucano.
Do outro lado, também não é saudável mentir, xingar jornalistas, querer controlar a mídia, desqualificar quem pensa diferente, vota diferente e exige eficiência na economia e lisura na gestão. Será que isso ajuda Dilma, o governo, o futuro do PT? Pode até ajudar numa eleição, numa vitória,mas deixa marcas às vezes indeléveis. O PT, tão machucado, já deveria estar cansado de saber disso.
Esses dois extremos não contribuem para o debate político e podem se tornar perigosos. Tanto quem vai para a rua chamando os militares quanto quem usa as redes sociais para terrorismo contra quem critica ou contra a oposição --que é legítima, democrática e necessária.
A diferença é que, tal como os "black blocs" asfixiaram as manifestações genuínas de junho de 2013, os "black blocs" pós-eleições podem acabar assustando a maior parte do eleitorado do PSDB, da Rede, do PSB e do PPS, por exemplo.
Já o terrorismo petista não assusta; arregimenta. É alimentado pelo grande líder Lula e alimenta uma militância que combateu valentemente a ditadura e a roubalheira e hoje defende o indefensável e guerreia pela perpetuação no poder.
Entre um extremo e outro, há a grande maioria da população que, tenha votado em Dilma ou em Aécio, certamente não compactua nem com golpismos nem com terrorismo. Quer paz, amor, crescimento, combate à corrupção e justiça social.
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