• Movimento é visto como caminho para alcançar protagonismo no PSDB
Isabela Bonfim - O Estado de S. Paulo
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), busca aproximação com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), após ver perder força o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso e a estratégia de aproximação levada a cabo em 2015 com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP).
Nesta semana, das oito propostas apresentadas a Renan para tentar mostrar uma agenda propositiva, cinco já estavam inseridas na chamada Agenda Brasil do peemedebista, documento divulgado por ele no ano passado com propostas para a retomada da economia.
Oficialmente, os tucanos defendem a importância dessas negociações para promover a recuperação do País. Entretanto, interlocutores apontam que a aliança com Renan deve ajudar Aécio a manter o protagonismo dentro do seu partido.
Além disso, com o PT fragilizado, senadores de oposição entendem que a proximidade com Renan cria uma “janela de oportunidade” para se aprovar matérias que são consideradas “dogmáticas” para o partido da presidente Dilma. O projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que põe fim à obrigatoriedade de a Petrobrás ser operadora única na exploração do pré-sal, é um exemplo de matéria trazida pela oposição, apoiada por Renan, e fortemente combatida pela bancada do PT. De acordo com o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), “a formação política mais liberal de Renan dá mais empatia aos projetos da bancada do PSDB”.
Outras propostas do PSDB que já faziam parte da lista de Renan são a Lei das Estatais, o projeto de autoria de Aécio – que limita a quantidade de cargos comissionados na administração pública – e o projeto de Serra que cria um limite para a dívida da União.
Em fevereiro do ano passado, os dois senadores bateram boca, com direito a dedo em riste de Renan, no processo de escolha dos cargos da Mesa Diretora do Senado. A bancada tucana apoiou o peemedebista Luiz Henrique (SC) na disputa à presidência da Casa. O alagoano chamou Aécio de “estrela”.
Distância
Por outro lado, a bancada do PT demonstrou distância de interesses com Renan.
Segundo o senador Lindbergh Faria, o grupo vai buscar projetos que promovam a arrecadação de tributos, mas vai focar a taxação nos contribuintes mais ricos. Os senadores do PSDB teorizam publicamente que essa falta de sintonia do PT com Renan se deve ao fato de que as pautas do partido são alheias ao momento emergencial vivido pela economia do País.
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