• Partido decidiu apoiar informalmente gestão do vice-presidente Michel Temer; líder da legenda na Câmara pode assumir Ministério da Integração Nacional
Igor Gadelha - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A direção nacional do PSB decidiu, em reunião nesta terça-feira, 10, que não vai fazer indicações nem chancelar nomes para cargos em um futuro governo Michel Temer. O comando da legenda, no entanto, não deverá proibir que integrantes da sigla assumam ministérios ou outros cargos por convite individual de Temer.
Com a decisão, o líder do PSB na Câmara, Fernando Filho (PE), principal cotado para o Ministério da Integração Nacional, só assumirá o cargo se Temer o convidar individualmente, e não por indicação do partido. O deputado, contudo, tem grandes chances de ter a nomeação confirmada, pois conta com apoio da maioria dos 31 deputados do PSB, o que dá a certeza a Temer de que terá apoio da sigla na Câmara.
Na reunião, o PSB decidiu que apoiará um eventual governo Temer apenas informalmente. Em resolução aprovada, o partido promete contribuir com Temer por meio de propostas. A resolução reitera os dez pontos de uma "agenda mínima" para o Brasil já entregue ao vice-presidente, entre eles "adequação das políticas fiscal, monetária e cambial.
Segundo apurou o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, a principal resistência à participação do PSB por meio de cargos veio do presidente do partido, Carlos Siqueira; do vice-presidente de relações governamentais da sigla, ex-deputado federal Beto Albuquerque; do prefeito do Recife, Geraldo Júlio; e dos três governadores da sigla, Ricardo Coutinho (PB), Rodrigo Rollemberg (DF) e principalmente Paulo Câmara (PE).
Embora a maioria dos deputados seja favorável à indicação de Fernando Filho para o Ministério da Integraçâo Nacional (dos 33, o líder prevê que pelo menos 26 são a favor), há alguns parlamentares que são contra. Segundo um deputado da legenda, Beto Albuquerque chegou a fazer, inclusive, corpo a corpo com alguns parlamentares para convencê-los a se posicionarem contra a participação.
A cúpula do PSB alega estar receosa que o governo Temer não dê certo, diante da crise econômica e da falta de apoio popular. Há integrantes da direção do partido que mencionam até a preocupação de o governo dele acabar antes do previsto, seja por meio de um impeachment, seja por cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Atualmente, já tramita na Câmara um pedido de impedimento contra o peemedebista.
Em uma ala do partido, há ainda uma resistência ao próprio nome de Fernando Filho. Ele é filho do senador Fernando Bezerra (PE), que foi ministro da Integração Nacional do primeiro governo Dilma Rousseff. No caso de Pernambuco, fala-se ainda que a resistência ao nome do líder do partido na Câmara está relacionada à disputa interna de poder dentro do PSB estadual.
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