Da recepção aos gabinetes, o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro em relação ao uso de máscaras para combater o espalhamento da Covid-19 ocupa todos os espaços do Palácio do Planalto. Funcionários relataram à coluna que ainda hoje, um ano depois do início da pandemia, é raro ver alguém com máscara durante o expediente no prédio. O utensílio só é colocado vez ou outra por pessoas quando deixam suas salas e circulam em locais onde possam encontrar jornalistas.
Alguns
servidores do Planalto dizem ser a favor do uso da máscara, mas afirmam que
chegam a se sentir “constrangidos” pela postura dos demais colegas e também do
próprio Bolsonaro, que deixa claro para qualquer um a sua irritação com quem
segue os protocolos básicos de combate à Covid-19.
Na
semana passada, quando o Brasil registrou quase 1.600 mortes em um dia, o
presidente voltou a questionar a eficiência da máscara, item cientificamente
comprovado como eficaz para conter a disseminação da doença.
Auxiliares de Bolsonaro relataram que pediram, insistentemente, para o chefe usar máscara ao menos em aparições públicas, mas que acabaram desistindo dos apelos. Para eles, o gesto ajudaria a melhorar a imagem do presidente e o protegeria de novas representações na Justiça, por ignorar protocolos estabelecidos pelo próprio Ministério da Saúde.
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