DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - A um mês da eleição, o petismo está em festa, mas não há ninguém mais animado do que o próprio Lula. Ele não age como quem quer apenas derrotar José Serra.
Age como quem quer massacrar a oposição. Massacrar politicamente, bem entendido, embora o que ele diga às vezes faça eco, com sinais invertidos, à fala truculenta de Jorge Bornhausen em 2005 -"vamos acabar com aquela raça".
É evidente, de maneira até muito mais acentuada do que ocorreu em 2006, o clima de desforra que o presidente imprime à campanha atual.
Lula transformou o processo eleitoral num "road show". Escreve o roteiro, dirige e protagoniza o espetáculo itinerante da sua aclamação. Vai pulando de cidade em cidade, empenhado em dizimar os remanescentes "do lado de lá".
E, como a disputa ficou fácil para a sua candidata, cada palco visitado pelo astro mambembe oferece uma nova ocasião para sua despedida interminável e novelesca do poder. Lula, mais do que a plateia, parece necessitar dessa catarse.
Não sendo candidato, em cima do palanque ele com frequência agride o código de conduta burguês. Sua performance fere suscetibilidades tucanas e não deixa de recordar, pelo que mobiliza, algo do teatro collorido no seu auge.
Pelos exemplos dos últimos comícios, no seu personagem parecem se misturar, quando caminha e esbraveja pelo palco, o líder sindical, o pai populista e o pregador religioso. Mas seu transe tem método.
A mensagem que o atravessa é invariavelmente a mesma: a luta política se trava entre "nós" (o povo, encarnado na sua figura) contra "eles" (a elite inimiga do povo).
Pouco importa que, na vida real, parte significativa das elites e das oligarquias esteja junto com Dilma. A equação eleitoral que Lula montou se mostrou, afinal, muito eficaz.
Não seria assim, obviamente, se o conto de fadas da ascensão social que o próprio Lula representa não tivesse de alguma maneira se traduzido em realidade para muitos.
SÃO PAULO - A um mês da eleição, o petismo está em festa, mas não há ninguém mais animado do que o próprio Lula. Ele não age como quem quer apenas derrotar José Serra.
Age como quem quer massacrar a oposição. Massacrar politicamente, bem entendido, embora o que ele diga às vezes faça eco, com sinais invertidos, à fala truculenta de Jorge Bornhausen em 2005 -"vamos acabar com aquela raça".
É evidente, de maneira até muito mais acentuada do que ocorreu em 2006, o clima de desforra que o presidente imprime à campanha atual.
Lula transformou o processo eleitoral num "road show". Escreve o roteiro, dirige e protagoniza o espetáculo itinerante da sua aclamação. Vai pulando de cidade em cidade, empenhado em dizimar os remanescentes "do lado de lá".
E, como a disputa ficou fácil para a sua candidata, cada palco visitado pelo astro mambembe oferece uma nova ocasião para sua despedida interminável e novelesca do poder. Lula, mais do que a plateia, parece necessitar dessa catarse.
Não sendo candidato, em cima do palanque ele com frequência agride o código de conduta burguês. Sua performance fere suscetibilidades tucanas e não deixa de recordar, pelo que mobiliza, algo do teatro collorido no seu auge.
Pelos exemplos dos últimos comícios, no seu personagem parecem se misturar, quando caminha e esbraveja pelo palco, o líder sindical, o pai populista e o pregador religioso. Mas seu transe tem método.
A mensagem que o atravessa é invariavelmente a mesma: a luta política se trava entre "nós" (o povo, encarnado na sua figura) contra "eles" (a elite inimiga do povo).
Pouco importa que, na vida real, parte significativa das elites e das oligarquias esteja junto com Dilma. A equação eleitoral que Lula montou se mostrou, afinal, muito eficaz.
Não seria assim, obviamente, se o conto de fadas da ascensão social que o próprio Lula representa não tivesse de alguma maneira se traduzido em realidade para muitos.
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