Impressionantes manifestações que varrem o país estão produzindo muito mais: a presidente da República, ministros, governadores, prefeitos, deputados, senadores e entidades que dizem tanto à história brasileira estão se coçando.
Há uma sofreguidão generalizada para atender ao movimento que lavou a alma da maioria dos brasileiros aqui dentro e ganhou manchetes pelo mundo afora.
Se foi vaga no pronunciamento de sexta-feira, Dilma apresentou propostas objetivas ontem. A principal é um plebiscito para que uma constituinte exclusiva faça a reforma política --aliás, como há muito prega o atual governador Tarso Genro (RS). Outra é transformar a corrupção dolosa em crime hediondo.
A presidente se antecipou, mas as suas ideias são só ideias mesmo, pois dependem da disposição do Legislativo. Ela, de certa forma, tirou a bola do Congresso na reforma política, que ficaria a cargo de não parlamentares, e a jogou de novo no caso da mudança da lei sobre corrupção. Mesmo que não faça propriamente as leis hoje em dia, é o Congresso quem as vota, aprova e muda.
Assim, ontem foi a vez do Executivo se render à pressão e à força das ruas, enquanto CNBB, OAB e o movimento que criou a Ficha Limpa listavam suas próprias prioridades e a oposição tentava pegar o bonde.
Depois de baixar o preço de metrôs e trens, Alckmin agora suspende o reajuste dos pedágios. Sem cargo executivo, Aécio Neves lança um manifesto com DEM e PPS por um "país diferente" e joga no ar o balão de uma CPI para gastos da Copa.
Hoje, a comichão será no Congresso, onde Renan e Henrique Alves reúnem os líderes partidários para também correrem atrás do prejuízo com uma "agenda positiva". Mas... peraí? Renan não é aquele que assumiu a presidência do Senado e depois recebeu mais de um milhão de assinaturas pedindo o seu impeachment?!
Fonte: Folha de S. Paulo
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